O texto busca evidenciar o processo de educação popular em saúde, não só aquela que vem da participação popular e que possui um conjunto de práticas e teorias, mas também a que resulta em políticas públicas. A educação no campo da saúde tem sido bem aceita por gestores e outros profissionais que lidam com o adoecimento populacional. É especialmente na atenção primária em saúde (APS) que as ações educativas acontecem. As práticas em saúde envolvem três atores: os profissionais de saúde, gestores e a população, sendo este último importante na co-construção do conhecimento e consequentemente obtenção de autonomia nos cuidados, tanto individual como em grupo. Sendo assim, a educação em saúde, como processo pedagógico, necessita de uma visão mais aprofundada para a construção do olhar crítico e reflexivo que possa contribuir com a autonomia dos sujeitos. A educação em saúde, potencializa os contextos sociais, econômicos e culturais da comunidade, ligados ao processo de promoção da saúde. Dessa forma, entende- se que toda ação de saúde representa um ato educativo, e por conta da inserção da população, na tomada de decisões junto à gestão, com seus valores, crenças e saberes populares, é que a educação popular em saúde (EPS), torna-se elemento fortalecedor no controle social do Sistema Único de Saúde. Objetivo: Refletir sobre a importância da educação popular em saúde na atenção primária e como esta prática social impacta nos processos de aprendizagem da população. Desenvolvimento: Em 2012 foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS) e em 2013, foi apresentada no Grupo Técnico de gestão da Comissão Inter gestores Tripartite (CIT). “A educação popular em saúde propõe uma abordagem político-pedagógica que permeia as iniciativas direcionadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, a partir do diálogo entre a diversidade de saberes, valorizando os saberes populares”. Portanto, a EPS é dialógica, praticando a liberdade e criatividade, bem como aproveita a experiência de vida que as pessoas possuem. São definidos seis princípios teórico-metodológicos pela PNEPS: “diálogo, amorosidade, problematização, construção compartilhada de conhecimento, emancipação e compromisso com a construção do Projeto Democrático Popular”. Resultados Esperados: Verificar e refletir sobre a potencialidade das práticas da EPS na atenção primária, compreendendo o compartilhamento das informações profissional-usuário, o cuidado integral, a criação de vínculo, autocuidado dos indivíduos e realização de atividades efetivas em promoção de saúde, e por último, apreender as metodologias ativas e lúdicas que despertam o interesse e empenho dos usuários. Compreender essas ações desmistifica e potencializa as atividades realizadas na atenção primária, bem como se busca vivenciar a realidade e demandas de uma determinada população. Considerações Finais: Espera-se que, com esta reflexão possamos dialogar acerca da importância da EPS na superação das relações verticais entre profissionais de saúde e comunidade e que usuários e profissionais possam ser livres e conscientes de como pensam vivem a saúde.