Apresentação: O trabalho em questão trata-se de um relato de experiência vivenciado por um estudante do Curso de Medicina, da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Passo Fundo/RS, no ano de 2020, na Atenção Primária durante a pandemia mundial do COVID-19. Objetivo: Apresentar as experiências vividas em um momento de tensão, assim como as estratégias encontradas para contornar as inúmeras barreiras pelas quais profissionais atuantes na área encontraram. Desenvolvimento do trabalho: Conforme as mudanças diante da chegada do novo coronavírus - SARS-CoV-2, na posição de estudante de Medicina, estava atuando em cenários de prática desde o início do curso e no período em questão, estava no Componente Curricular da Saúde Coletiva III, o qual tinha como um de seus objetivos, conhecer e aprimorar os cuidados de saúde considerando as diversas realidades dos usuários, que por vezes tinham determinadas limitações, como idade avançada, incapacidades físicas e cognitivas, que os impossibilitava de chegar ao atendimento médico na unidade de saúde. Como estratégia para mitigar tais situações tinha-se como ambiente de prática a realização de visitas domiciliares, com o fito de conhecer a rotina destes usuários, visualizar de perto as barreiras encontradas para cada dificuldade individualizada e definir um plano de cuidados para cada um deles. Diante das dificuldades com a chegada do vírus, as práticas de visitas domiciliares tiveram um momento de pausa e deu-se início aos teleatendimentos em saúde, como forma de nos adaptamos ao período vivenciado e não perder o vínculo, tanto com as famílias, quanto com os alunos. As práticas passaram a ser realizadas à distância, respeitando os cuidados de saúde que o momento necessitava. Semanalmente os alunos se encontravam no Auditório da Universidade, local em que foram estruturados quatro pontos telefônicos, para ligarmos aos usuários cadastrados pela unidade de saúde, com a finalidade de seguir com o acompanhamento da situação de saúde deles. Entre as situações, destacaram-se a verificação da utilização adequada da medicação, medidas e cuidados de proteção para a infecção viral, incentivo às práticas de exercícios respeitando os cuidados necessários para a época, assim como diversas outras questões do contexto individualizado de cada um. Resultado: Ao longo da nova fase vivenciada, diversas questões foram enfrentadas, como a vivencia através de ligações, pois muitos dos usuários eram idosos e não sabiam utilizar o telefone celular ou até mesmo não possuíam um, assim como determinadas limitações físicas como a perda auditiva que também dificultava a comunicação. Mas, pode-se dizer que a forma a qual foi encontrada para solucionar o problema do contato físico e manter o acompanhamento dos usuários vulneráveis foi a melhor encontrada para o momento, possibilitando para a maioria a permanência do cuidado e acompanhamento, mesmo diante do cenário pandêmico. Considerações finais: Sabe-se que diante de cada situação vivenciada é possível, através da análise crítica, criar determinadas conclusões e a partir disso evoluir. Entende-se que todos que passaram pela época que até hoje é difícil de adjetivar estão mais aptos e capazes de continuar atuando no processo de transformação da assistência à saúde.