Introdução: O trabalho da enfermagem é sustentado por bases teórico-práticas que advém desde seu processo de formação profissional. Quando considerada a prática do enfermeiro, identifica-se a importância do desenvolvimento de competências e habilidades que vão bem além do desenvolvimento e execução de técnicas. Nesta perspectiva, observa-se frequentemente enfermeiros recém-graduados apresentando dificuldades de engajamento ao iniciar suas atividades como profissionais, atribuindo a responsabilidade ao sentimento de insegurança ao exercer o papel gerencial do enfermeiro, como gestor de uma unidade, de uma equipe e responsável pela gerência da assistência do cuidar. A partir destas premissas, visando aprimorar o ensino, houve mobilização docente do curso de graduação em enfermagem de uma universidade federal do oeste catarinense, para que os acadêmicos voltassem seu olhar para as atribuições do enfermeiro responsável pela unidade na qual foram realizadas as Atividades Teórico-Práticas (ATPs) em meio a pandemia de COVID-19 ainda existente, momento que proporcionou um grande desafio e protagonismo para a enfermagem como um todo. Objetivo: Descrever a importância do estímulo aos acadêmicos inseridos em campo de estágio, para além de seus aspectos técnicos, exercendo o papel de enfermeiro desde a graduação, mesmo com possíveis percalços ocasionados pela pandemia de COVID-19. Método: Trata-se de estudo descritivo, do tipo relato de experiência que buscou expor a vivência de estudantes de enfermagem durante a realização das ATPs em diferentes setores de um hospital do oeste de Santa Catarina. As atividades foram desenvolvidas entre os meses de fevereiro e abril de 2022, período em que os estudantes cursavam o sexto período da graduação em uma universidade pública do sul do Brasil. Assim, além de contribuir e acompanhar a rotina do setor como um todo, era oportunizado aos alunos assistir, auxiliar e debater com o enfermeiro responsável pelo setor acerca de seu papel e atribuições, dificuldades, desafios e potencialidades encontrados no desempenhar da profissão em toda a sua amplitude. Resultados: É comum que o ensino durante a graduação seja direcionado ao saber técnico ligado ao enfermeiro, ao aprendizado de técnicas e procedimentos, que de fato são conhecimentos importantes e necessários, mas que sozinhos não sustentam o amplo papel do enfermeiro gestor, líder de uma equipe, que requer uma visão ampliada e habilidades específicas para o bom funcionamento da unidade e para gerar uma assistência integral e de qualidade. Constata-se que a formação acadêmica do enfermeiro é insuficiente para garantir o preparo do profissional no âmbito gerencial e no cumprimento das competências de líder de uma equipe. Conclusão: Diante da experiência vivenciada, nota-se a necessidade de exercitar a liderança, o gerenciamento e o olhar ampliado do enfermeiro, desde sua formação, por serem aspectos inerentes à categoria, por proporcionarem maior segurança no desempenho de suas competências e maior autonomia do enfermeiro. Quando favorecido ao acadêmico maior proximidade da realidade prática de sua futura profissão este é capaz de reconhecer-se como protagonista de sua transformação para o “ser enfermeiro”, ao passo que vislumbra a importância de seu desenvolvimento como gestor e líder de equipe.