Importância da avaliação do conhecimento sobre doença arterial coronariana e da adesão terapêutica medicamentosa em um programa de reabilitação cardíaca: um processo de educação em saúde.
No ano de 2005 foi implementado o atendimento em Alta Complexidade em Cardiologia no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), neste período iniciou o Serviço de Reabilitação Cardíaca (Revicardio) direcionado à prevenção secundária de doenças cardiovasculares (DCVs). Ressalta-se que nos últimos quinze anos, há uma preocupação cada vez maior com o conhecimento dos pacientes sobre suas doenças, entretanto há uma certa escassez de estudos a respeito do nível do conhecimento sobre DCVs em programas de reabilitação cardíaca (RC). Nesse sentido, a identificação do nível de conhecimento dos usuários de programas de RC é fundamental para que haja sucesso no processo de educação em saúde, mudança de comportamento e controle dos fatores de risco. Outro aspecto importante no contexto da RC é a adesão à terapia farmacológica na qual pode ser otimizada no ambiente da reabilitação, podendo ser influenciada por diversos fatores, tais como: características individuais do paciente, à doença em si, aos medicamentos utilizados e ao acolhimento por parte dos profissionais de saúde. Nessa perspectiva o presente estudo buscou avaliar a conhecimento sobre a doença arterial coronariana (DAC) e a adesão terapêutica medicamentosa de pacientes participantes de um programa de RC de um hospital de ensino, público, de nível terciário da região central do Estado do Rio Grande do Sul/ Brasil. Desenvolvimento do trabalho: Foram avaliados os seguintes desfechos - nível de conhecimento de coronarianos participantes de RC sobre a DAC (CADE-Q - Questionário para Educação do Paciente Coronariano) e adesão terapêutica (MMAS-8 - Escala de Adesão Terapêutica de oito itens de Morisky). O processo de educação dos usuários foi feito de forma individualizada; porém, não formal e sistematizado pela equipe multiprofissional, através de informações sobre aspectos importantes do processo de reabilitação, incluindo orientações sobre a condição de saúde e hábitos de vida (controle dos fatores de risco, medicamentos e atividade física). Resultados: A amostra foi composta por 42 pacientes (62,26 ± 8,31 anos, 36 homens). Os usuários apresentaram um nível de conhecimento sobre a DAC classificado como “bom” – 41 pontos, assim como uma mediana de adesão terapêutica de 7 pontos na qual foi classificada como moderada adesão. Considerações finais: Concluiu-se que os pacientes participantes do programa de RC, mesmo não sendo submetidos a um componente educacional formal, apresentaram um bom nível de conhecimento sobre a DAC e uma moderada adesão terapêutica. Nossos achados sinalizam a necessidade da implementação de políticas públicas que facilitem a oferta, encaminhamento e participação dos pacientes a programas multidisciplinares de RC, pautados, principalmente, na prática de educação em saúde.