APRESENTAÇÃO DO TRABALHO O acompanhamento pré-natal é essencial para prevenção e detecção precoce de patologias maternas e fetais, promovendo o bem-estar do feto e reduzindo os riscos para a gestante. Além disso, as práticas integrativas e complementares na área da saúde (PICS) representam recursos terapêuticos que buscam compreender a relação entre saúde e doença, visando proporcionar um cuidado holístico e promover a autonomia no autocuidado (Roblejo; Torres; Ferreira, 2021; Biana, 2019). Nesse sentido, o emprego dessas práticas pode oferecer restauração das funções corporais, equilíbrio no sistema imunológico e analgesias. Pesquisas têm demonstrado que tais abordagens auxiliam no manejo da ansiedade e da redução do estresse em gestantes, podendo ser integradas às consultas de pré-natais por enfermeiros. Isso contribui para a saúde materna sem a necessidade de procedimentos invasivos, valorizando o conhecimento individual e promovendo um cuidado humanizado (Roblejo; Torres; Ferreira, 2021; Biana, 2019). Portanto, o presente estudo teve como destacar a influência das práticas integrativas e complementares em saúde durante o período gestacional. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Trata-se de uma revisão de literatura, incentivando a obtenção de uma visão mais abrangente sobre um assunto específico, sem a necessidade de expressar uma opinião ética (Souza, 2010). A pergunta norteadora: “Qual a influência do uso de práticas integrativas e complementares durante o período gestacional?”. A busca dos dados ocorreu no mês de abril de 2024, através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). No qual se selecionou as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE). Para a filtragem de dados, utilizaram-se os descritores em Ciências da Saúde (DeSC): Práticas Integrativas e Complementares, Gestação e Enfermagem, por meio do operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão adotados foram: artigos completos, disponíveis on-line gratuitamente: nos idiomas em português, espanhol e inglês, durante o período de 2014 a 2024. Quanto aos critérios de exclusão foram: artigos duplicados, teses de doutorado, dissertações de mestrado e textos que não apresentaram confluência com a pergunta da pesquisa. RESULTADOS O resultado final da pesquisa foi composta por cinco artigos que foram utilizados dos resultados. Após a análise dos cinco artigos finais, identificaram-se duas categorias principais: a) Estresse durante a gestação e as Terapias integrativas e complementares; b) Estresse e ansiedade durante a gestação e as Terapias integrativas e complementares, estresse e ansiedade durante a gestação e as terapias integrativas e complementares. A ansiedade e o estresse são comuns durante a gravidez devido às mudanças psicológicas e físicas que ocorrem nesse período, podendo prejudicar a qualidade de vida materna e representar um risco para a saúde da mãe e do feto, aumentando a incidência de partos prematuros ou de bebês com baixo peso ao nascer (Da Costa et al., 2022; Pereira et al., 2021). Da Costa et al (2022) indicam que a exposição intrauterina ao cortisol materno, liberado em situações estressantes durante a gestação, pode ter impactos negativos na saúde mental do bebê após o nascimento, relacionando-se a problemas comportamentais, emocionais e de relacionamento na infância. As práticas integrativas e complementares (PIC), como a acupuntura e a intervenção musical, surgem como alternativas para promover o relaxamento, reduzir sintomas corporais e gerenciar o estresse e a ansiedade durante a gestação, contribuindo para uma abordagem mais humanizada no cuidado à mulher gestante. A acupuntura, por exemplo, tem se mostrado eficaz no tratamento de sintomas relacionados ao estresse, aliviando problemas como vômitos, náuseas, enxaquecas, dores lombares e sintomas depressivos. Já as intervenções musicais, como a musicoterapia, demonstraram eficácia na redução da ansiedade e na melhoria das condições fetais, prevenindo alterações emocionais e impactando positivamente nos parâmetros vitais das mães (Da Costa et al., 2022; Pereira et al., 2021). Da Silva et al (2020) destacam o uso da auriculoterapia por enfermeiros, destacado por representa uma abordagem humanizada para gestantes, focada na redução da ansiedade e do estresse durante a gestação. A enfermagem possui a habilidade de incorporar tais intervenções em sua prática cotidiana, visando a redução do estresse e da ansiedade, com o intuito de preservar os indicadores vitais ideais e promover impactos benéficos tanto para a mãe quanto para o feto. a) PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES DURANTE O PRÉ-NATAL E PARTO. O enfermeiro desempenha um papel crucial na assistência pré-natal, visando assegurar o bem-estar psicossocial da gestante, promovendo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos para a mulher grávida. Nesse contexto, durante as atividades de pré-natal, o enfermeiro pode incorporar o uso de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) para proporcionar uma assistência mais humanizada à gestante (Brasil, 2013; Da Costa et al., 2021). É relatado que o uso da acupuntura de forma segura, realizada pelo enfermeiro, isoladamente ou em combinação com outros recursos terapêuticos durante o acompanhamento pré-natal, resultou na diminuição da preocupação, aumento do controle do nervosismo, redução do cansaço e melhora na capacidade de lidar com o estresse. Outro estudo indicou que, entre as mulheres com alto grau de ansiedade, 97% transacionaram de um nível elevado para moderado, demonstrando um aumento significativo nos sentimentos positivos após o início da intervenção, tais como calma, segurança, confiança e bem-estar. (Da Silva, 2020; Da Costa, 2021). O preparo para o trabalho de parto inicia-se no pré-natal, com orientações sobre posições para o parto, sinais de trabalho de parto e procedimentos para o momento da ida à maternidade, oferecidas durante as consultas. É importante notar que a ansiedade e o estresse podem aumentar durante o parto devido à elevada concentração de adrenalina. Nesse contexto, cabe às enfermeiras obstétricas aprimorar sua assistência com técnicas não farmacológicas para alívio da dor e da ansiedade, visando favorecer a evolução fisiológica do parto (Brasil, 2013; De Lara et al., 2020; Melo et al., 2020). De Lara et al (2020) evidenciam que a terapia floral pode ser integrada como um método não farmacológico para o alívio da ansiedade tanto durante o trabalho de parto quanto ao longo do período gestacional que antecede esse momento. Enfermeiros especializados em PIC podem empregar esses exercícios florais como uma ferramenta eficaz para promover o controle da ansiedade, aumentar a autoestima, fortalecer a autonomia, lidar com a depressão e facilitar a adaptação às mudanças de vida durante a gravidez. Esses estudos apresentam consonância com a pesquisa de Melo et al. (2020), que evidencia que o estresse presente durante o trabalho de parto e ao longo do pré-natal pode atuar como um mecanismo de ajuste e defesa do organismo, desencadeando uma resposta neuroendócrina. O emprego de práticas invasivas pode estimular elementos que aumentam a dor. Nesse contexto, terapias integrativas e complementares promovem o relaxamento, melhoram a percepção da dor, a ansiedade e o estresse, demonstrando eficácia tanto quando utilizadas de forma isolada quanto em combinação. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da revisão realizada, torna-se claro que o uso destas PIC, tem se mostrado eficaz na redução do estresse percebido, no aprimoramento do controle emocional e alívio de sintomas físicos. Ademais, a incorporação dessas práticas no cuidado pré-natal e durante o parto revela-se promissora para promover uma abordagem mais humanizada e eficiente no gerenciamento da ansiedade e do estresse, impactando positivamente a experiência das gestantes.