Apresentação: A garantia de práticas adequadas de higiene pessoal infantil constitui um componente essencial para assegurar o desenvolvimento saudável e prevenir possíveis agravos à saúde das crianças, especialmente em comunidades quilombolas, onde as condições socioeconômicas podem apresentar um importante na qualidade de vida da população. Dentre essas condições, destacam-se a ausência de acesso a recursos básicos de higiene pessoal e instrução adequada, o que pode aumentar o risco de desenvolver doenças infecciosas e afetar de forma negativa o bem-estar das crianças quilombolas. A prevenção e controle das doenças infecciosas no público infantil quilombola corresponde a uma preocupação crescente da saúde pública e demandam uma abordagem integrada, envolvendo ações educativas e melhorias na infraestrutura das comunidades que possam contribuir para a redução das desigualdades. Considerando as vulnerabilidades às quais as comunidades quilombolas estão expostas, se faz evidente a necessidade de realizar ações de saúde com foco na prevenção. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência vivenciada em ações de promoção da saúde com práticas de educação em saúde relacionadas à higiene pessoal infantil em comunidades quilombolas do município de Santarém no estado do Pará. Desenvolvimento do trabalho: As ações ocorreram em outubro de 2023 em duas comunidades quilombolas, Bom Jardim (área de Planalto) e Pérola do Maicá (área urbana), definidas pela Federação das Organizações Quilombolas de Santarém (FOQS). Durante a atividade estimulamos as crianças para adoção de práticas de higiene pessoal e autocuidado por meio de brincadeiras, musicalização, dinâmica da lavagem das mãos e escovação dos dentes, pinturas e jogo da memória, permitindo a interação das crianças e enfatizando a importância da adoção desses hábitos na prevenção de doenças. Também realizamos a distribuição de material educativo e kits de higiene. Resultados: A abordagem lúdica despertou grande interesse nas crianças em relação às práticas de higiene pessoal, contribuindo para adoção de hábitos contínuos de higiene, o aspecto prático, por sua vez, teve um impacto direto na qualidade de vida, garantindo que as crianças tivessem acesso aos itens essenciais de higiene. Considerações finais: A execução de atividades nas comunidades quilombolas proporcionou a compreensão de diferentes contextos, troca de saberes e auxílio na promoção da saúde infantil e na diminuição das disparidades, destacando a necessidade de iniciativas de saúde complementares aos serviços oferecidos pelas unidades de saúde locais, devido às barreiras de acesso enfrentadas.