“MAS EU NÃO CONSIGO DOUTOR”: GRUPOS DIALÓGICOS PARA A APS- JUNTOS NÒS PODEMOS

  • Author
  • Luísa de Carvalho Fiedler
  • Co-authors
  • Elisangela Lira Bonifácio , Silvia Mello dos Santos
  • Abstract
  • Introdução  As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morbimortalidade noBrasil. Portanto, na Atenção Primária em Saúde (APS) os cuidados para as condições crônicas precisam de protagonismo. As equipes da APS diariamente encontram múltiplos desafios na abordagem integral a esses usuários,pois precisam lidar com cultura, estigmas e fatores que perpassam uma simples prescrição, necessitando constantemente de estratégias inovadoras fazendo uso de tecnologias leves como são, por exemplo,os grupos de educação em saúde.O trabalho descreve um relato de experiência a partir do grupo de educação em saúde realizado na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Volta Grande, localizada em Volta Redonda-RJ. Objetivo Descrever o grupo de educação em saúde voltado para as Doenças Crônicas não Transmissíveis– DCNT na UBSF Volta Grande. Relato de Experiência  A UBSF Volta Grande é considerada a maior unidade básica da cidade, possui cinco equipes de saúde da família e uma população estimada de mais de 25 mil pessoas, um território com prevalência das condicionalidades crônicas como Hipertensão e Diabetes. Os grupos foram desenvolvidos como estratégia de abordagem comunitária, acontecem desde jan./2022 com periodicidade mensal. As cinco equipes da unidade se reúnem mensalmente para planejamento e estruturação dos grupos, contando também com a participação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e os dispositivos sociais do território, como a associação de moradores e a igreja católica do bairro. Todo roteiro de atividades é pré-elaborado e discutido, busca-se por métodos ativos de interação dos profissionais de saúde envolvidos e a população. Os usuários participam ativamente nos encontros com suas experiências, que passam a ser significativas pela troca de saberes e no empoderamento dos participantes diante de problemas que são comuns. Entre as diversas atividades estão: “Bingo da Saúde” e o “Painel de Mitos e Verdades”, por exemplo. Percebe-se a mudança na percepção do autocuidado das pessoas com doenças crônicas através desses encontros desenvolvidos. Resultados Dessa forma, foi possível aumentar o vinculo das pessoas com a unidade, os grupos possuem ampla adesão com mais de cem pessoas nos encontros. Também, trabalhar no coletivo, fatores de risco cardiovasculares,como as mudanças de estilo de vida, através de uma equipe multiprofissional de apoio promovendomaior adesão ao tratamento pré-existente eressignificando processos de cuidado, trazendo o usuário como protagonista de sua historia e a comunidade como apoiadora de uma estratégia transformadora. Com a realização da prática, pudemos perceber uma mudança no estilo de vida e melhora dos hábitos da população e como consequência melhora nos resultados de exames laboratoriais, perda de peso e diminuição dos scores de risco cardiovascular. Conclusão Portanto, a abordagem comunitária quando direcionada as necessidades dos territórios e com a participação ativadas pessoas oportuniza uma aprendizagem reflexiva de todos os envolvidos, como disse Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Assim, quanto mais horizontal a pratica, maior será a efetividade do cuidado esperado.

     

  • Keywords
  • Abordagem Comunitária, Doenças Crônicas, Saúde da Família
  • Subject Area
  • EIXO 1 – Educação
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