Apresentação: As doenças cardiovasculares (DCV) constituem uma das principais causas de morte em populações adultas no Brasil e no mundo, sendo também responsáveis por um grande número de internações hospitalares no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo importante impacto social, econômico e na qualidade de vida da população. Dentre essas doenças destacam-se, o acidente vascular cerebral (AVC) e a doença arterial coronariana (DAC) que fazem parte de um conjunto de eventos cardiovasculares, que apresentam fatores de risco similares como, idade, sexo, raça, histórico familiar, hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes, tabagismo, obesidade e sedentarismo. A prevenção e controle das doenças cardiovasculares e seus fatores de risco é, atualmente, uma prioridade em termos de saúde pública, principalmente naqueles indivíduos considerados de alto risco cardiovascular. Portanto, conhecer os fatores associados, torna-se relevante para a tomada de decisões na melhoria da qualidade da assistência, revelando a necessidade da monitoração contínua, servindo também como um mecanismo para a modificação de comportamentos que colocam a saúde cardiovascular de pacientes em risco. Considerando as vulnerabilidades às quais as comunidades quilombolas estão expostas, se faz evidente a necessidade de realizar ações de saúde com foco na prevenção. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência vivenciada em ações de promoção da saúde com práticas de cuidado e educação em saúde para o controle e prevenção de doenças cardiovasculares em comunidades quilombolas no município de Santarém-PA. Desenvolvimento do trabalho: As ações ocorreram em outubro de 2023, em três comunidades quilombolas, sendo Saracura (área de várzea), Bom Jardim (área de Planalto) e Pérola do Maicá (área urbana), definidas pela Federação das Organizações Quilombolas de Santarém (FOQS). Durante os atendimentos foi realizada anamnese, verificação da pressão arterial, glicemia, antropometria (peso, altura, circunferência abdominal e o cálculo do Índice de Massa Corporal-IMC) e coleta de sangue para determinação do perfil lipídico (dosagem de colesterol total, triglicerídeos, HDL e LDL). Estes exames foram realizados no Laboratório de Bioquímica da Universidade do Estado do Pará-Campus XII. Posteriormente em atendimento de retorno, os comunitários recebiam os resultados dos exames e orientações de acordo com os resultados da etapa anterior. Resultados: A ação desenvolvida alcançou os objetivos propostos e beneficiou cerca de 150 comunitários adultos nas três comunidades. A maioria dos comunitários atendidos apresentavam um ou mais fatores de risco para DCV. Por meio dos atendimentos foi possível conhecer o histórico dos pacientes, ouvir as principais queixas, identificar agravos, realizar encaminhamentos, esclarecer dúvidas e orientar acerca dos cuidados necessários para contribuir com a prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Considerações finais: A realização das ações em comunidades quilombolas possibilitou conhecer outras realidades, compartilhar conhecimentos, contribuindo para a melhoria da condição de saúde, bem estar e redução das desigualdades. Ressalta-se, a importância de ações de promoção da saúde que venham somar com os serviços prestados pelas unidades de saúde que cobrem as comunidades, considerando a dificuldade de acesso aos serviços de saúde.