Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo compartilhar o andamento do projeto de pesquisa “Povos indígenas descolonizando a psicologia”, vinculado ao Programa de Educação Tutorial- Indígena da UFSM. O projeto parte da compreensão de que a psicologia enquanto ciência e profissão ainda é um saber pautado significativamente pela influência dos modelos teóricos europeus que, ao serem reproduzidos e aplicados no contexto brasileiro, se deparam com uma série de atravessamentos históricos, sociais e étnico-raciais. É essencial que a psicologia brasileira seja construída em conjunto com a diversidade racial e étnica dos povos originários que compõem a nação, considerando suas especificidades e demandas, para que assim seja de fato abarcada a realidade e a necessidade da população. Essa iniciativa tem o propósito de visualizar a necessidade da desconstrução eurocêntrica para que seja possível a execução de uma prática decolonial qualificada, que atenda às subjetividades daqueles que outra hora foram negados historicamente como sujeitos e que hoje resistem frente ao sistema de opressão da estrutura racial. Metodologia: Em fase inicial, o projeto utiliza como método de produção a abordagem qualitativa, por meio de revisão de materiais bibliográficos na literatura que retratam a inserção do fazer psicológico e suas contribuições para os povos originários, bem como o diálogo com os profissionais indígenas da saúde mental. Resultados: Espera-se contribuir com a literatura psicológica quanto aos desafios e as adversidades enfrentadas pelos povos indígenas que, desde a invasão do Brasil, vivenciam uma história sangrenta e de genocídio, refletindo em sérios impactos no bem estar psicossocial desses sujeitos e na sua construção de identidade. Para além disso, o projeto visa produzir novas reflexões sobre a práxis nas comunidades indígenas, considerando a importância do conhecimento cultural desses grupos e sua valorização para o fazer ético-político. Considerações finais: É imprescindível o papel que projetos como este tem a contribuir para o avanço da psicologia e na garantia de acesso e inclusão de atendimentos adequados que rompam as negligências advindas dos determinantes sociais.