O trabalha versa sobre trama-tese que foi obra de criação artística composta por pesquisa performativa trançada por entre fios, linhas e fibras de fragmentos de ensaios dramatúrgicos que encenaram atos e ritos poéticos, ofertados em favor de cura ancestral e existencial por entre testemunhos de vida e de residência artística. Tessitura escrita advinda de afetações e de memórias, vividas ou inventadas especialmente para a composição da pesquisa, decorrentes de experimentações e de processos de criação da artista-terapeuta com o Teatro Dadivoso. Urdidura que partiu da metáfora transformadora do ciclo de vida de mariposas transmutada em devaneios poéticos e devires corpos, que produziram sentidos sobre o ato de pesquisar e criar artisticamente. Tramada em espaços casulares de porões da cidade de Belém, Estado do Pará, e cruzada por outras vozes, dos que vieram antes e produziram outros enredos, bem como de narrativas testemunhais de artistas e espectadores que atuaram em poéticas dadivosas. Pesquisa em arte que se propôs a tecer uma cartografia performativa por entre dobras, esquinas e encruzilhadas fêmeas por onde transitou o objeto de pesquisa em confluência de caminhos com os movimentos metodológicos experimentados por entre dispositivos poéticos. Revelou escritura testemunhal que visou afirmar na diferença atos de cuidar singulares, diversos dos produzidos em determinados campos-poder de conhecimento, ritualizados nas produções cênicas Ô de Casa! Posso entrar para cuidar? e Divinas Cabeças. Para tanto, estabeleceu linhas de diálogo com outras áreas do conhecimento, científicas e não científicas, e com outras poéticas cênicas como forma de compreender aproximações e distanciamentos dos sentidos produzidos nos ritos e atos poéticos do Teatro Dadivoso como práticas de cuidado de si e de outres que acionam dimensões políticas, éticas-poéticas e espirituais.