O município de Volta Redonda-RJ foi contemplado pelos programas de provimento médico federais: Mais Médicos para o Brasil (PMMB) e Médicos pelo Brasil (PMPB). Entretanto, para a gestão era necessário se pensar em mecanismos de acompanhamento e qualificação das atividades destes profissionais. A maioria dos médicos selecionados eram recém- formados, com dificuldade em desempenhar atividades previstas como atendimentos a crianças e gestantes. Como mudar essa realidade? Era preciso a garantia do acesso universal, equânime, inclusivo e resolutivo para a Atenção Primária em Saúde (APS). Esse relato de experiência tem como objetivo descrever as ações de monitoramento e educação permanente desenvolvidas pela gestão municipal para os médicos do PMMB. A primeira iniciativa foi nomear um apoio técnico local médico, especialista em medicina de família, que pudesse supervisionar e apoiar os profissionais nos territórios, além de ser a referencia municipal para os programas vigentes. Foi criado um grupo de whatsapp com os médicos junto ao apoio técnico para duvidas sobre processo de trabalho e informes gerais. O município também desenvolveu um instrumento próprio de avaliação de freqüência e desempenho, incluindo os médicos dos programas de provimento, garantindo a avaliação mensal do desempenho funcional, pontuando de zero a 100% a efetividade na função. Além disso, foram criadas reuniões bimensais de avaliação envolvendo os médicos, as gerentes das nove unidades, a coordenação distrital e a gestão central de forma a integrar os profissionais na construção do diagnostico de situação de saúde local e a elaborar intervenções sistemáticas de cuidado. Os profissionais organizavam suas apresentações de acordo a pauta previamente elaborada (acolhimento, trabalho em equipe, etc) e apresentavam na reunião para discussão e troca coletiva. Também nestas reuniões a gestão elencava a performance dos profissionais pelos indicadores da avaliação de desempenho locais. Os nove médicos inseridos no programa alcançaram em dezembro de 2023 um desempenho entre 80 a 100%, sem dúvida mais comprometidos e integrados à realidade e às necessidades dos territórios de atuação. Os encontros bimensais provocaram uma maior aproximação dos envolvidos para as ações necessárias em cada unidade básica de saúde. Mais ainda, os médicos com pouca experiência na função tinham a oportunidade de conhecer os conceitos da APS e articular junto à gestão novas formas de cuidado. O município a partir desta iniciativa conseguiu maior controle e monitoramento das atividades destes profissionais, uma maior aproximação aos objetivos reais do trabalho destes médicos nas áreas de difícil provimento. Dessa forma, apenas a lotação dos médicos pelos programas de provimento federais não garante sua permanência nos territórios, menos ainda um trabalho voltado às necessidades das pessoas. Recomenda-se que a referencia municipal dos programas de provimento seja um médico de família e comunidade, para que possa induzir os processos de trabalho voltados para os princípios da APS. Além disso, a gestão precisa gerar mecanismos de apoio e educação permanente dos processos de trabalho, as reuniões bimensais eram momentos de troca e apoio mutuo destes profissionais, agora mais qualificados e voltados para as necessidades desses territórios vulneráveis.
Complete tool for submission, evaluation and publication of proceedings for scientific events.
