Apresentação: O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento, que apresenta manifestações no comportamento, na comunicação e na interação social da pessoa com esta condição, podendo apresentar interesses restritos e comportamentos repetitivos. A rede de apoio familiar da pessoa com TEA é imprescindível para o pleno desenvolvimento de suas habilidades, sendo o suporte social para garantia de direitos e ampliação de suas potencialidades. As associações de familiares da pessoa autista são instrumentos estratégicos para empoderar, conscientizar a sociedade e gestores públicos sobre a garantia dos direitos da pessoa com TEA. Movimentos como este protagonizam o controle social, a criação e implementação de políticas públicas. O ativismo político das famílias possibilita a luta pelos direitos à vida, segurança, lazer, educação, acesso aos serviços de saúde, mercado de trabalho, à moradia e previdência, assistência social, a autoexpressão deste público e suas singularidades. O objetivo é relatar a experiência desta associação, suas ações e seu papel junto ao emponderamento familiar. Desenvolvimento: Trata-se de relato de experiência de associação de familiares e amigos dos autistas, no município de Palmeira das Missões, Rio Grande do Sul, Brasil, criada em 2023. Desde 2016 um projeto de extensão da UFSM/Campus Palmeira das Missões, desenvolve ações que visam o empoderamento de famílias de pessoas com TEA. As atividades iniciaram a partir de um grupo de apoio e estudos criado para familiares, profissionais de saúde e educação no município. Como consequência das discussões do grupo foi reativado o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência/COMPEDE. A mobilização de mães participantes dos encontros promovidos pela ação de extensão, possibilitou a criação da associação, que atualmente reúne pais e amigos dos autistas do município e região. Resultados: O movimento proporcionado pelo pelas ações extensionistas da universidade foi capaz de trazer voz e ação para a comunidade, em especial às famílias de pessoas com TEA. A associação propicia o acolhimento de famílias e pessoas com TEA, constituindo e fortalecendo uma rede de apoio. As atividades buscam a inclusão social, convivência das pessoas com TEA, familiares, integrando-as em atividades comunitárias e sociais, escola, informação para acessar direitos, respeitando e reconhecendo as singularidades de cada ser. Os encontros entre os membros da associação propiciam o compartilhamento de experiências, apoio mútuo e ações educativas que fortalecem o conhecimento das famílias acerca dos direitos, os empoderando como mediadores para facilitar o acesso na rede de atenção, considerando o tripé no âmbito da saúde, educação e assistência social. A associação, com o apoio de órgãos públicos e privados no âmbito municipal, estadual e federal, fomenta ativamente novas pesquisas, criação de programas e políticas públicas sobre a neurodiversidade, família atípica, visando à promoção da inclusão social nos diferentes contextos, o acolhimento, redução do preconceito e maior respeito à pessoa com TEA, ampliando o olhar para além da diversidade humana e das questões biológicas. Considerações finais: O ativismo político da associação de pais e amigos dos autistas é um caminho para fomentar a criação de políticas públicas, bem como o papel da universidade neste cenário.