Apresentação: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível caracterizada pelas suas lesões cutâneas, ela é causada pelo Treponema Pallidum. A transmissão vertical pode ocorrer durante a gestação ou no momento do parto. No primeiro caso alguns danos são: prematuridade, deformidades, lesões neurológicas e até a morte do recém-nascido. No segundo, ocorre durante o parto vaginal se a mãe apresentar lesões sifilíticas, há o risco do desenvolvimento da sífilis congênita no recém-nascido. Além disso, segundo o Determinantes Sociais de Saúde: Solar e Irwin, os determinantes estruturais operam em conjuntos e se expressam por meios de posições socioeconômicas, por sua vez, determinam vulnerabilidade e exposições diferenciadas nas condições de saúde. Ademais, a realidade paraense, em 2017, a incidência da Sífilis Congênita foi de 5,8 casos por 1.000 nascidos vivos. Dessa forma, há a necessidade do mapeamento dos fatores que estão relacionados a epidemiologia da Sífilis Gestacional. O objetivo deste estudo é relacionar a Sífilis Gestacional aos Determinantes Sociais de Saúde. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo ecológico descritivo sobre a ocorrência da sífilis em gestantes, cuja unidade de análise foi o município de Belém-PA. Foram obtidas informações no banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, via consulta ao Sistema de Informações de Agravo de Notificação. Foram coletados dados referentes ao ano de 2016 e 2017, faixa etária, nível de escolaridade e cor/raça. O estudo teve seu enfoque em determinantes sociais em saúde baseado no modelo de Solar & Irwin. Resultados: No município de Belém, no ano de 2016, houveram 266 casos confirmados de sífilis em gestantes, em 2017 foram 229 casos. A faixa etária das mulheres, na maioria dos casos, foi de 20 a 29 anos. Em relação ao ensino escolar, em 2016, apenas 15% das gestantes possuíam ensino médio completo, em 2017 esse número teve um aumento para 32,3%. A maioria dos casos em relação à cor/raça, em 2016 foram 80% dos casos em gestantes de cor pardas e em 2017 foram 75%. Baseado nos resultados deste estudo, os determinantes associados aos Estruturais de Iniquidades Sociais em Saúde podem-se associar a prevalência de gestantes com sífilis de baixa escolaridade às políticas públicas em áreas de educação, saúde e segurança social, pois, o aumento da transmissão da doença em gestantes se deve à falta de acesso à educação e informação. No que diz respeito aos Intermediários da Saúde, o Censo de 2010 apresenta uma relação de cor/raça com a baixa renda, em Belém, do total de 1385194 pessoas em baixa renda, 899129 eram pardas, o que afeta fatores comportamentais, psicossociais, acesso ao sistema de saúde e outros. Considerações finais: Portanto, ressalta-se a importância da investigação dos determinantes sociais de saúde dos casos notificados, para o entendimento das possíveis causas de gestantes com sífilis no recorte temporal definido, visto que, é possível traçar o perfil epidemiológico e sociodemográfico e, dessa forma, elaborar novos planos de saúde que visem combater essa infecção.
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