Vivências Intergeracionais: a experiência de estudantes de psicologia em um curso sobre arte e cultura para pessoas idosas

  • Author
  • Walter Ferreira de Oliveira
  • Co-authors
  • Sofia Romanenko Halfpap , Victor Erides Pacheco Coelho
  • Abstract
  • A formação do profissional da saúde utiliza predominantemente métodos de ensino convencionais, com foco primordial no conteúdo e na técnica. Entretanto, cada vez mais, se necessita uma formação crítica e com metodologias ativas visando a aplicabilidade dos conhecimentos na vida cotidiana. Neste sentido, ações de extensão direcionadas à comunidade são estratégias também para aprimorar a formação profissional. Nesse contexto, este trabalho objetiva compartilhar a experiência de estudantes de psicologia, assistentes pedagógicos de um curso de extensão para pessoas idosas. O curso de extensão “Arte, cultura e promoção de saúde para pessoas de 50 anos e +” , oferecido pelo Núcleo de Humanização, Arte e Saúde (Nuhas), vem sendo ministrado desde 2022 com duração de um semestre letivo em colaboração com a Universidade Aberta para Pessoas Idosas (NETI-UNAPI) da Universidade Federal de Santa Catarina.  Após a pandemia de Covid-19 as atividades socioeducativas são realizadas presencialmente. O curso objetiva: proporcionar conhecimentos e práticas artístico-culturais; conscientizar e instrumentalizar participantes para a promoção da saúde e do bem-estar; e promover interações intergeracionais. As atividades socioeducativas, conduzidas pelo coordenador-professor, contam com dois estudantes bolsistas do curso de graduação em psicologia, os quais, além de suas tarefas na assistência pedagógica, têm também o compromisso de ministrar pelo menos uma aula. A metodologia aplicada no curso inclui: aulas expositivas, rodas de conversa, encontros dialógicos, dinâmicas, observação conjunta de materiais artísticos, vivências intergeracionais e outras atividades em grupo, com base em um elenco de temas relacionados à arte e à cultura. Este trabalho visa compartilhar percepções dos estudantes bolsistas sobre sua participação no curso e o impacto sobre sua formação. Participar dessa atividade, segundo eles, faz com que compreendam melhor o trabalho do profissional que atua na área da saúde alinhado com os princípios e diretrizes do SUS e as consequentes reformas curriculares que orientam um perfil humanista, crítico e reflexivo, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde. Relatam que sua participação propicia um aperfeiçoamento técnico e a consolidação do conhecimento, destacando escuta, habilidades de comunicação, liderança e manejo de conflitos. Sentem-se mais preparados para enfrentar situações diversas da vida pessoal e profissional. Cada encontro proporciona ricas discussões, catalisadas por temas ligados à literatura, cinema, pintura, desenho, teatro, arquitetura, palhaçaria, gastronomia e outros. A intergeracionalidade, tendo como atores os estudantes com idades de 20 e 25 anos e os participantes, na faixa de 50 a 80, enriquece a troca de experiências, proporciona bilateralmente aprendizados e desperta a curiosidade para o conhecimento do novo. Por isso, no decorrer do curso, as relações se estreitam e novos vínculos são formados, contribuindo para a Promoção da saúde. Outros benefícios intergeracionais incluem melhorias no âmbito cognitivo, social e afetivo, além de ganhos culturais e psicossociais, de ambas as partes. Por fim, fica evidente que o contato com pessoas idosas e a participação ativa em projetos de extensão universitária contribui significativamente para a evolução pessoal e profissional dos estudantes.

  • Keywords
  • formação profissional, idosos, intergeracionalidade, arte, cultura, saúde, extensão
  • Subject Area
  • EIXO 1 – Educação
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