Perfil sociodemográfico e clínico de respondentes de pesquisa Pós-COVID-19

  • Author
  • Thaís Dias Feltrin
  • Co-authors
  • Juliana Alves Souza , Tamires Daros dos Santos , Viviane Bohrer Berni , Isabella Martins de Albuquerque , Luís Felipe Dias Lopes , Adriane Schmidt Pasqualoto , Carla Aparecida Cielo
  • Abstract
  • A COVID-19 é uma doença multissistêmica e, na maioria dos casos, se manifesta com sintomas leves a moderados.  Contudo, alguns pacientes podem apresentar dificuldades respiratórias com necessidade de hospitalização e internação em Unidade de Terapia Intensiva. Estimativas indicaram uma maior suscetibilidade dos indivíduos da raça negra, uma vez que as diferenças raciais e disparidades étnicas ficaram evidentes nas infecções e hospitalizações. Também os piores prognósticos foram relacionados ao sexo masculino, as maiores idades e a presença de comorbidades como obesidade, diabetes e doença pulmonar. Neste questionário online objetivamos traçar o perfil sociodemográfico e clínico de indivíduos que foram infectados pelo SARS-CoV-2 na região central do estado do Rio Grande do Sul.  Para tanto, os indivíduos foram convidados a participar, por meio de mídia impressa e eletrônica (redes sociais), e responder um questionário online, via Google Forms® no período de 27 de março de 2021 até 28 de outubro de 2021. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da instituição de origem (n 4467878). O questionário foi composto por perguntas sobre dados autodeclarados demográficos de raça, idade, sexo, sintomas da COVID-19, presença e tipos de comorbidades, e necessidade de internação hospitalar. Quatrocentos e oitenta indivíduos responderam ao questionário (385 do sexo feminino, 94 masculino e 1 não definido). A maioria deles se autodescreveram brancos com até 60 anos de idade e do sexo feminino. A maioria da amostra geral e do sexo feminino com até 60 anos foi sintomática, apresentando mialgia, cefaleia, tontura, alteração do sono, queda de cabelo, perda de memória, alteração do equilíbrio, dispneia e dificuldade de engolir. A queda de cabelo e a cefaleia foram significativas no grupo com idade até 60 anos. A fraqueza muscular foi significativa apenas no sexo feminino da amostra geral. A maior parte da amostra não apresentava comorbidades, porém a presença de hipertensão arterial sistêmica e outras comorbidades foi significativamente maior após os 60 anos. Entre os indivíduos que necessitaram de internação, 14 (38,89%) foram transferidos para UTI e submetidos à Ventilação Mecânica (VM) invasiva. Os achados demonstraram que a maioria dos indivíduos respondentes da pesquisa online foram do sexo feminino, com idade de até 60 anos, brancos e sem comorbidades, contrariando as estimativas. Acerca da raça, os resultados obtidos vão de encontro à evidência de que indivíduos negros seriam mais propensos à infecção. Na primeira onda da pandemia da COVID-19, houve dificuldade de acesso a meios digitais relacionados à saúde, em especial da população idosa e das minorias étnicas. Somando-se a isso, dificuldade de acesso a testes, maior exposição a fatores de risco e recursos tecnológicos escassos, variando de acordo com a região geográfica das populações estudadas. Acreditamos que nossos achados evidenciam as repercussões da COVID-19 com a necessidade de uma abordagem diagnóstica e terapêutica multiprofissional, contudo concluímos que pesquisas online excluem uma parcela importante e geralmente negligenciada da população. 

  • Keywords
  • Avaliação em saúde, Infecções por Coronavírus, Síndrome Pós-COVID-19 Aguda
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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