CONTRIBUIÇÕES DA MUSICOTERAPIA NOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM ESQUIZOFRENIA
Talyssa Steinhorst Simões, Mateus Gamarra Schwider, Michele Scher, Beatriz Silva da Trindade, Bianca Dilkin Schmidt, Luana Rosa Somavilla, Márcia Betana Cargnin, Rosana Amora Ascari
No Brasil, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) fazem parte do escopo do Sistema Único de Saúde e integra diversas modalidades, entre elas a Musicoterapia, que consiste na aplicação de elementos musicais (som, ritmo, melodia e harmonia) para facilitar e estimular a comunicação, o relacionamento interpessoal, a aprendizagem, a mobilização, a expressão e a organização dos processos, como forma de auxiliar no tratamento de diversas doenças, a exemplo Esquizofrenia. Objetivou-se investigar as contribuições da musicoterapia como uma intervenção terapêutica complementar dos cuidados de enfermagem ao paciente esquizofrênico. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura realizada de outubro a novembro de 2023, com os descritores “Terapias Complementares”, “Esquizofrenia”, “Enfermagem” e “Musicoterapia”, no Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Latin American and Caribbean Health Science Literature (LILACS) com recorte temporal de 2019 e 2023. A musicoterapia tem sido utilizada como tratamento complementar de pacientes com o intuito de relaxar, trazer alegria ou lembranças específicas, sendo recomendada pela Nursing Interventions Classification (NIC). A musicoterapia é capaz de modificar comportamentos, promover o desenvolvimento cognitivo e relacional. Contudo, pode haver efeitos indesejáveis uma estranheza relacionada à música, motivo que se recomenda a terapia por profissional habilitado para tal prática. A música lenta tem o efeito relaxante no corpo, o que resulta na redução da frequência cardíaca e da pressão arterial, propicia sentimentos pessoais, como autoestima e introspecção; promoção de alterações positivas no humor e facilita a expressão verbal e não verbal. Em pacientes com quadros psiquiátricos, especialmente esquizofrênicos, a musicoterapia pode reduzir sofrimento psíquico atrelado a alucinações e outros sintomas característicos da patologia com potencial redução da dependência de medicamentos. A música também faz parte do processo de identidade, tendo um significado diferente para cada pessoa que a escuta, vinculando-se a uma experiência vivida. A música na enfermagem é um recurso adicional no cuidado, uma ferramenta relevante para aprimorar a assistência prestada para promover a expressão de sentimentos e subjetividades, aliviar o sofrimento psíquico através da expressão de pensamentos. Salienta-se que, para ser musicoterapeuta o enfermeiro deve ter formação específica na área. Apesar do enfermeiro poder se destacar na implementação das PICS, observa-se lacuna na formação acadêmica quanto a esta temática. Percebe-se que a musicoterapia pode induzir alterações positivas no humor, restabelecer a paz e o equilíbrio emocional, promover o relaxamento e facilitar a expressão de emoções como tristeza, raiva e luto, o que reverbera positivamente na assistência de enfermagem ao paciente esquizofrênico. O tratamento da esquizofrenia é complexo e continua sendo um desafio que exige abordagens inovadoras. Contudo, a musicoterapia deve ser aplicada com responsabilidade e em conjunto com uma abordagem multidisciplinar, incluindo psicoterapia, medicação e apoio social, contribuindo significativamente para o bem-estar e a recuperação dos pacientes.
Descritores: Práticas de Saúde Integrativas e Complementares; Enfermagem; Esquizofrenia; Musicoterapia.
Eixo Temático: Eixo 5.