Apresentação: A Saúde mental infantil é um tema relevante na atualidade, considerando o cenário mundial de adoecimento psíquico infantil, que é evidenciado pelo crescente número de encaminhamentos deste público aos serviços de saúde especializados. Sabe-se que a saúde mental infantil envolve diferentes aspectos e que o ambiente existencial e relacional da criança pode interferir. A escola é um dos principais espaços de convivência social e desenvolvimento do ser humano, onde as crianças permanecem grande parte do seu tempo. A literatura tem identificado o sistema escolar como um espaço estratégico e privilegiado na implementação de práticas e ações voltadas à promoção da saúde mental e à prevenção do adoecimento, atuando no desenvolvimento de fatores de proteção e na redução dos riscos ligados à saúde mental. A Organização das Nações Unidas propõe Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, entre eles Saúde e Bem-Estar e Educação de Qualidade, que foram incluídos na investigação e discussões do projeto de pesquisa “Cuidados com a saúde mental infantil nas escolas da rede municipal”, desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul, em três escolas municipais do interior do Rio Grande do Sul. O objetivo deste trabalho é refletir sobre as ações desenvolvidas junto a professores e gestores das escolas estudadas no sul do país, de modo a reconhecer a educação em saúde como uma importante ferramenta na formação dos profissionais de educação para promoção da saúde mental. Desenvolvimento do trabalho: Relato de experiência sobre uma investigação do tipo qualitativa, que busca identificar as condições de saúde mental nas escolas e propor ações que favoreçam o bem-estar e a educação de qualidade. Além das entrevistas com gestores e docentes, foram realizadas duas rodas de conversas que envolveram as temáticas “a escola como promotora de saúde mental” e a “formação de professores para a promoção da saúde mental” e duas oficinas sobre “inclusão escolar” e “a família como agente promotor de saúde mental”. Resultados: Para registro de tais ações, lançamos mão do diário de campo como dispositivo que permite ampliar as discussões e análises oriundas deste estudo. No decorrer das rodas de conversa e das oficinas temáticas as interlocutoras do estudo demonstram um conhecimento construído ao longo das suas experiências enquanto professoras/gestoras e, com leituras breves sobre a temática em estudo, o que aponta a importância de promover ações com foco nos profissionais da educação, para que possam incorporar em suas práticas pedagógicas, estratégias mais assertivas quanto a saúde mental em ambiente escolar, possibilitando a este espaço o desenvolvimento integral. Considerações finais: A educação em saúde nas escolas pode ser reconhecida como um conjunto de atividades que transmitem informações compreendidas de acordo com a comunidade em que o indivíduo está inserido, sofrendo influência de comportamentos, crenças e conhecimentos prévios, sendo estes desenvolvidos com o intuito de promover uma vida saudável. Neste sentido, as ações propostas pelo estudo nas escolas ao gerarem reflexões acerca da saúde mental acabam por contribuir para o planejamento de ações direcionadas ao tema.