Monitoramento do pré-natal odontológico na 4ª Coordenadoria Regional de Saúde

  • Author
  • Rodrigo Getelina Vieira
  • Co-authors
  • Lourenço Redin Jahnke , Jairo da Luz Oliveira , Lara Letícia Dotto Nardi , Sheila Kocourek
  • Abstract
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    Conforme pactuado pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (APS), ao menos 60% das gestantes devem receber atendimento odontológico na APS. Durante a gravidez, as mulheres ficam mais abertas a receber informações sobre saúde, sendo um ótimo período para ensinar hábitos de higiene bucal e desmistificar o atendimento. Para isso, profissionais capacitados são fundamentais para realizar o atendimento com segurança, conhecendo as principais alterações e o trimestre mais indicado para o tratamento. Estudos indicam que os atendimentos devem ser preferencialmente realizados no 2º trimestre de gestação, mas em casos de urgência, qualquer época é aceitável, já que nenhuma necessidade deve ser negligenciada.

    O acompanhamento pré-natal é fundamental para a prevenção e detecção precoce de doenças que podem afetar a gestante e o feto, como infecções, eclâmpsia, diabetes gestacional e anemias. Sabe-se que durante o período gestacional muitas alterações ocorrem no organismo da mulher, e a cavidade oral não é exceção, tendo em vista as variações fisiológicas. Sendo assim, é de extrema importância que as gestantes sejam atendidas pela equipe da Atenção Primária em Saúde (APS) e que o pré-natal odontológico seja realizado. Nesse sentido, surge o indicador 3, do programa Previne Brasil, o qual se refere a proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado na APS.

    O presente estudo é uma análise documental que teve como objetivo analisar o indicador 3 do Previne Brasil no ano de 2023 nos 33 municípios da 1ª e 2ª regiões de saúde, as quais compõe a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Foram utilizados dados provenientes da plataforma SISAB (Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica).

    A partir do monitoramento realizado na CRS, verificou-se que a maioria dos municípios mantém o índice acima do pactuado (24 dos 33 municípios) ou estão em desenvolvimento para atingi-lo. Nesse sentido, por meio de profissionais dedicados e engajados, e com monitoramentos constantes dos dados, pode-se manter os níveis de cobertura elevados, contribuindo para a prevenção e promoção de saúde. Desta forma é possível reduzir o desenvolvimento de doença periodontal e cáries que causam infecções de origem odontogênica, consequentemente diminuindo o risco de parto prematuro, baixo peso do bebê ao nascer e pré-eclâmpsia.

    Como hipóteses para alguns municípios não terem atingido o índice pactuado, sugere-se a falta de interação multiprofissional, englobando o possível envolvimento insuficiente do dentista com as ações da equipe. Além disso, podem ocorrem erros na importação de dados dos sistemas privados para o E-SUS, gerando discordância entre as ações realizadas e as aprovadas. Ademais, sabe-se que algumas gestantes sentem medo de serem atendidas, devido ao mito de que o atendimento poderia causar danos ao feto.

    Em suma, o monitoramento realizado demonstra que apesar de a maioria dos municípios buscarem o índice adequado, ainda há aqueles que necessitam de ações pontuais. Sugerem-se novos estudos, visando identificar as lacunas encontradas, visto que os cuidados odontológicos são fundamentais para as gestantes, contribuindo para o bem-estar materno e infantil.

     

  • Keywords
  • Atenção Primária à Saúde, Pré-Natal Odontológico, Monitoramento em Saúde
  • Subject Area
  • EIXO 3 – Gestão
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