RELATO DE EXPERIÊNCIA: APOIO PARA O FORTALECIMENTO DO ENFRENTAMENTO E MANEJO DA SÍFILIS GESTACIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

  • Author
  • Raquel de Lima Soeiro
  • Co-authors
  • Danielle Mendes de Dias dias , José Gustavo Dutra Medeiros , Thaynara Souza , Tamiris Lima da Silva Linhares , Luciana de Almeida Ferreira Vega , Marcello Barboza de Souza
  • Abstract
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    Introdução: A sífilis é uma doença sexualmente transmitida, sistêmica e exclusiva do ser humano. Quando não tratada, evolui para estágios de gravidade variada. Também pode ser transmitida verticalmente para o feto durante a gestação caso não seja tratada ou tratada de forma inadequada. Por ser uma doença de fácil diagnóstico e terapêutica medicamentosa de baixo custo, a sífilis deveria ser uma infecção erradicada, porém apresenta incidência muito elevada sendo um desafio à saúde pública, inclusive pelo desfecho de sífilis congênita. Nesse contexto, conseguimos visualizar que ainda existe fragilidade no cuidado e a necessidade de fortalecimento e qualificação de diagnóstico, tratamento e o seguimento desses casos. Sendo assim, a Educação Permanente em Saúde (EPS) se torna uma ferramenta importante para o aprimoramento de conhecimentos adquiridos, possibilita reflexões sobre o processo de trabalho e práticas cotidianas no enfrentamento dessa doença.Objetivo: Relatar a experiência de apoio institucional da SPDM/PAIS-RJ e responsáveis da Linha de cuidado das Doenças Transmissíveis da Coordenaria de Saúde, com intervenções realizadas junto aos profissionais de Unidades de Atenção Primária à Saúde (APS) de uma das Áreas de Planejamento (AP) do município do Rio de Janeiro (RJ), com o intuito de reforçar o conhecimento prévio e proporcionar atualização sobre o tema. Descrição da Experiência: As oficinas foram realizadas com médicos, enfermeiros, farmacêuticos e gestores. Foram utilizados o Guia Rápido de pré-natal da Secretaria Municipal de Saúde do RJ e o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde como norteadores das orientações sobre as condutas no manejo clínico-laboratorial da sífilis. A oficina iniciava com um” quiz”, montado em uma plataforma online gratuita, com o intuito de disparar as discussões com questões relacionadas a diagnóstico, tratamento, condução dos casos e registro no prontuário eletrônico do paciente (PEP). Em seguida, a apresentação dialogada do protocolo de Manejo da sífilis da gestante. Posteriormente, era pensando junto à equipe estratégias para melhorias no processo de trabalho e melhor acompanhamento e assistência às gestantes com esse diagnóstico e, por último, discutido os registros de notificação dos casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), apontando o que estava equivocado para gerar reflexões e reposicionamento da equipe quanto a qualidade dessas notificações. Resultados: A intervenção foi realizada em 14 Unidades, em encontros presenciais “in loco”. Durante o processo, observou-se dificuldades dos profissionais na condução do manejo da sífilis no pré-natal, dificuldade quanto os critérios para diagnóstico, estadiamento, tratamento preconizado, oferta e solicitação de exames, a importância do VDRL para o seguimento dos casos, condução dos casos de sífilis congênita e criança exposta e registro no PEP. Considerações Finais: A implementação do apoio institucional através da oficina se mostrou uma estratégia eficaz pois permitiu discussões e retirada de inúmeras dúvidas, contou com a participação ativa de todos, promovendo o reposicionamento e reflexões sobre o processo de trabalho e dificuldades de acordo com a realidade local. Evidenciou-se também a necessidade de ações de EPS, atrelado a uma maior responsabilização dos profissionais para assegurar o manejo adequado dessa doença nas Unidades do Município.

     

  • Keywords
  • Atenção primária à saúde, Sífilis gestacional, educação permanente em saúde
  • Subject Area
  • EIXO 1 – Educação
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