No processo de formação dos profissionais de saúde, é crucial abordar todos os aspectos que envolvem o ser humano, sejam eles potenciais causadores de problemas físicos, psíquicos, sociais e espirituais. As práticas integrativas, como aromaterapia e meditação, emergem como ferramentas cruciais para buscar a humanização e integralidade do cuidado. Atuar junto a indivíduos em situação de vulnerabilidade social, como a população em situação de rua, representa uma estratégia viável para aplicar esse aprendizado, dado que estão sujeitos a questões que envolvem não apenas a saúde física, mas também seu bem-estar emocional e social. Dessa forma, o presente resumo possui como objetivo narrar uma abordagem integrativa utilizando meditação associada à aromaterapia, realizada por alunos de medicina da Faculdade Estácio IDOMED de Juazeiro-BA, da disciplina Integração Ensino e Serviço na Comunidade (IESC III), no Centro de Acolhimento para pessoas em situação de rua como parte de uma estratégia de promoção da saúde e prevenção de agravos. A atividade envolveu uma roda de conversa com compartilhamento de vivências entre usuários e estudantes, seguida de uma abordagem combinando aromaterapia e meditação, fundamentada pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Assim, a aromaterapia foi empregada como estratégia para alívio do estresse e ansiedade, seguido por um momento de meditação guiada para relaxamento. Durante o diálogo, os participantes evidenciaram situações de estresse e ansiedade, frequentemente relacionadas à condição de situação de rua, juntamente com o uso nocivo de substâncias, exclusão social e dificuldade de acesso a serviços de saúde. Após a atividade, os participantes relataram melhoria do bem-estar, incluindo redução da ansiedade, sensação de calma e relaxamento, e aumento da autoestima. Uma usuária, inicialmente agitada, descreveu sentir-se "chegando na porta do céu", expressando um sentimento de paz interior, destacando o potencial da aromaterapia associada à meditação como estratégia para relaxamento. Além disso, a abordagem integrativa promoveu uma maior sensação de coletividade e apoio entre os usuários, fortalecendo laços sociais e incentivando a recuperação mútua. Apesar disso, houve alguns desafios na adesão inicial da atividade, por tratar-se de uma proposta não tão convencional. Superar esses desafios exigiu criatividade, flexibilidade e comprometimento, buscando soluções alternativas e adaptando-se de acordo com as necessidades e preferências dos participantes. Assim, contribuiu também na formação dos estudantes através do desenvolvimento de habilidade na condução de atividades em grupo e na compreensão das necessidades em saúde da população em situação de rua. A ação realizada no Centro de Acolhimento para pessoas em situação de rua proporcionou uma abordagem holística e centrada na pessoa. A utilização de práticas integrativas em um ambiente comunitário favorece a promoção da saúde e redução de danos a estes indivíduos. Diante do exposto, este relato de experiência destaca o potencial das terapias integrativas, que pode complementar e potencializar a assistência à saúde de populações em situação de rua. Ao continuar promovendo a utilização das Práticas Integrativas e Complementares em ambientes sociais, pode-se oferecer uma assistência mais inclusiva e integral, especialmente àqueles em situação de vulnerabilidade.