Apresentação: A violência interpessoal é acometida por terceiros, já a violência autoprovocada é descrita quando a agressão é feita contra si próprio, juntas vem sendo um fator agravante, pois, além de impactar na qualidade de vida da vítima, pode causar danos físicos, psicológicos, emocionais, familiares e sociais. Assim, este estudo tem por objetivo descrever o perfil de adultos e idosos que sofreram violência interpessoal e autoprovocada no Espírito Santo. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de estudo descritivo realizado com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do estado do Espírito Santo dos anos de 2019 e 2022, por meio da Ficha de Notificação de Violência Interpessoal e Autoprovocada. No presente estudo analisou-se: faixa-etária (20 a 29; 30 a 39; 40 a 49; 50 a 59; ? 60 anos), sexo (feminino; masculino), raça (branco; não branco), escolaridade (? 8 anos; > 8 anos), local de ocorrência da agressão (residência; fora da residência) e agressor (conhecido; desconhecido; autoprovocada). Resultados: Após análise dos dados do Sinan, verificou-se em 2019 a maior prevalência de violência em adultos de 20 a 29 anos (35%), do sexo feminino (75%), não brancos (69%), com até de 8 anos de escolaridade (50%), que sofreram violência em suas residências (75%) e por agressores conhecidos (47%). Em 2022 esse perfil se manteve para adultos de 20 a 29 anos (33%), sexo feminino (75%), não brancos (70%), com até 8 anos de escolaridade (52%), que sofreream violência em suas residências (77%) e tiveram como agressor pessoas conhecidas (54%). Considerações finais: Os dados apresentados neste estudo mostraram uma alta prevalência de violência interpessoal/autoprovocada nos anos de 2019 e 2022. Observou-se que a maior ocorrência foi em mulheres, pardas e pretas, com média de idade de 20 a 29, que sofreram violência em sua residência com autor conhecido. Mostrou-se também que os resultados se mantiveram durante os anos estudados, o que pode indicar a falta de ações criadas para diminuição deste agravo. Com isso, ressalta-se a necessidade de observar todas as características das vítimas apresentadas no estudo e pensar na elaboração de políticas necessárias para diminuição das violências, gerando autoestima, qualidade de vida, dignidade, justiça e bem estar social.