Apresentação: A Organização Mundial da Saúde no Relatório Mundial sobre Violência e Saúde, define violência como o uso intencional da força ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública no documento intitulado “Violência contra crianças e adolescentes (2019-2021), relata que dos 129.844 registros das 12 Unidades da Federação com vítimas de 0 a 17 anos, ocorreram 3.717 mortes violentas intencionais, que englobam homicídios dolosos, feminicídios, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial, cujo o grupo etário com maior número de vítimas o de 15 a 17 anos, sendo 82% dos casos. Este trabalho tem como objetivo descrever o perfil de crianças e adolescentes que sofreram violência interpessoal e autoprovocada no Espírito Santo. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de estudo descritivo realizado com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do estado do Espírito Santo dos anos de 2019 e 2022, por meio da Ficha de Notificação de Violência Interpessoal e Autoprovocada. No presente estudo analisou-se: idade (1 a 4; 5 a 9; 10 a 14; 15 a 19), sexo (feminino; masculino), raça (branco; não branco), local de ocorrência da agressão (residência; fora da residência) e agressor (conhecido; desconhecido; autoprovocada). Resultado: Após análise dos dados do Sinan, verificou-se em 2019 a maior prevalência de violência em adolescentes de 15 a 19 anos (45%), do sexo feminino (70%), não brancos (73%), que sofreram violência em suas residências (77%) e por agressores conhecidos (48%). Em 2022 esse perfil se manteve com adolescentes 15 a 19 anos (41%), do sexo feminino (72%), não brancos (75%), que sofreram violência em suas residências (79%) e que os agressores em conhecidos (57%). Considerações finais: A partir dos resultados encontrados, conclui-se que o perfil de crianças e adolescentes que sofrem violência se manteve no ano de 2022, mesmo após 3 anos de diferença dos primeiros dados, o que torna possível delimitar a população que necessita de maior atenção para o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes, além disso, ressalta-se a necessidade de reforçar as políticas públicas efetivas contra a ocorrência da violência nessa população.