Este trabalho tem como objetivo compartilhar a experiência da introdução da meditação dentro do SUS, através da criação de um grupo aberto à comunidade, que teve início no ano de 2019. Com o nome inicial de “Grupo de Meditação e Autoconsciência”, o objetivo foi introduzir e desmistificar a prática da meditação, promovendo espaços de reflexão e trocas entre os participantes. Os encontros semanais aconteciam na Academia da Saúde, área central da cidade, promovido e executado por três profissionais (da área da Psicologia e Fisioterapia) de duas secretarias do município (Saúde e Assistência Social, posteriormente, envolvendo também a Educação), que desempenhavam o papel de facilitadoras das práticas. Os encontros tinham duração de uma hora e meia e se dividiam, basicamente, em quatro momentos: acolhida, tema do dia para reflexão, meditação, compartilhar. Posteriormente passou a acontecer quinzenalmente e, também, de forma online no período da pandemia. Conforme o grupo foi se consolidando, ficou notável que a meditação como prática protagonista e precursora, abriu portas para a introdução de outras práticas integrativas: auriculoterapia, tai chi chuan, etc. O que desencadeou a reflexão sobre a necessidade de mudar o nome do grupo inicialmente pensado, que representasse a visão integrativa em saúde através da inclusão das demais práticas. Em 2022 o grupo passou a se chamar “Grupo de Saúde Integrativa”, ampliando, através das reflexões produzidas em grupo, o olhar e a compreensão de saúde para além do corpo e da ausência de doenças. Como resultados, percebeu-se o acolhimento da comunidade à prática da meditação, bem como a desconstrução de ideias pré-concebidas à medida que experienciaram no seu dia-a-dia os benefícios desta, compartilhando suas experiências individuais com o grupo. Também foi percebido a abertura entre os usuários para a introdução de novas práticas integrativas, aguçando a curiosidade e a promoção de saúde a partir de um número maior de experiências e contato com as PICS. Há também o componente social envolvido entre os usuários, que formaram vínculos entre si e com as facilitadoras. Conclui-se que a inserção das PICS dentro do SUS podem servir de estímulo para outras esferas de cuidado com a saúde, à medida que amplia o repertório de experiências disponíveis aos usuários, para que estes tenham acesso e levem para o seu dia-a-dia aquilo que der sentido e significado à experiência de saúde individual de cada um. Através destas ações estimulamos o protagonismo e a responsabilidade de cada usuário com a sua saúde, com a experiência particular de bem-estar de cada um, aumentando as escolhas disponíveis e o acesso a um número maior de práticas integrativas.