Introdução: A existência de muitos grupos populacionais às margens dos rios amazônicos, leva a intensas ponderações sobre o alcance do Sistema Único de Saúde em contexto ribeirinho. São notórias e excelentes os avanços na Atenção Básica (AB) para esta demanda, dentre eles a instituição da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA) bem como a criação de novos arranjos como a equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR), equipe de Saúde da Família Fluvial (eSFF) e a própria Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF). No entanto, ainda permanecem lacunas a serem supridas diante das dimensões continentais da região, da dispersão das comunidades em um espaço tão extenso, do difícil acesso geográfico e da oferta insuficiente de serviços diante de tamanha necessidade. Objetivo: relatar a experiência vivenciada durante a viagem de conhecimento do território e oferta de alguns serviços como: consulta de enfermagem, vacinação e orientação de saúde bucal com entrega de kits para escovação. Metodologia: As Comunidades Santa Maria e Espírito Santo estão localizadas dentro do Rio Atininga, rumo a nascente do referido rio (subindo a correnteza), e que no período da estiagem (seca) fica quase que inavegável. Em um bote de alumínio de 7 metros, com motor 15hp dura em média 3H, levando 5 pessoas. O ponto estratégico de encontro foi a residência do Agente Comunitário de Saúde (ACS). Resultados: Compareceram 28 indivíduos, de diversas faixas etárias, no qual se realizou 12 consultas de enfermagem, 37 doses de vacinas e entrega de 5 kits de higiene bucal para as crianças; cumprindo os direitos humanos ligados à saúde, a equidade e a universalidade da assistência. Considerações Finais: A intenção é, além de fazer as consultas de praxe, conseguir conversar e realizar atividades educacionais que melhor esclareçam sobre as práticas adequadas de saúde, na pretensão de conceber qualidade de vida satisfatória; além da troca de conhecimentos. Destacando um relato muito marcante de uma senhora com CA em metástase dizendo estar surpresa e grata com a ação na comunidade. Isso mostra a importância de se refletir e debater sobre os desafios que circundam o sistema público de saúde quando se trata da necessidade de acrescer a quantidade, a qualidade e a frequência de viagens a áreas isoladas como esta; dando visibilidade às necessidades desta população, considerando a complexidade do acesso e respeitando as características e singularidades geográficas e culturais dos povos ribeirinhos.
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