A Cultura de Segurança do Paciente pode ser definida como um dos componentes da cultura organizacional de uma instituição de saúde, a qual promove, através de atitudes individuais ou coletivas, atitudes, percepções, competências e modos de comportamento que definem o compromisso e a qualidade das instituições de saúde em assegurar boas práticas relacionadas à assistência à saúde humana. A temática ganhou notoriedade, a partir do relatório emitido pelo Institute of Medicine, no ano de 1999, onde foi relatado inúmeras mortes ocasionadas por erros médicos. No Brasil, a partir do ano de 2013, foi instituído o Programa Nacional de Segurança do Paciente o qual tem, desde então, reforçado as boas práticas na qualidade dos serviços de saúde de instituições nacionais. Indubitavelmente, a Enfermagem representa a maior força de trabalho em Saúde dentro das instituições Brasileiras e por isso, parte da implantação dos processos e metas relacionadas à segurança do paciente perpassam por esses profissionais. Nesse sentido, muitos desafios são visualizados ao implantar cultura de Segurança, dentre eles, pode-se destacar o número insuficiente de profissionais para lidar com as demandas dos serviços, haja vista que são os profissionais que lidam com os pacientes na totalidade do tempo. Outro ponto é a cultura punitiva do erro, onde os profissionais sentem que serão punidos por errarem, quando na verdade, é fundamental que haja a instituição de políticas de treinamento contínuo e melhoria da prática assistencial. Por último, o papel da alta gestão que implanta uma cultura hierarquizada, de maneira que os seus liderados não conseguem acesso para questionar decisões e mitigar os erros. Por isso, a implantação de cultura e boas práticas está relacionada também a visualizar os mais diversos cenários de trabalho e estimular os profissionais a enxergarem os erros ou os possíveis erros dentro de uma instituição e notificarem os casos. A notificação é utilizada pelo Núcleo de Segurança do Paciente como uma maneira de visualizar o que está ocorrendo nos cenários assistenciais, visualizar os indicadores e utilizá-los para melhoria de processos. Percebe-se, no entanto, que a execução desta atividade ainda é escassa em muitos cenários, haja vista à associação da notificação com motivações de cunho pessoal e por isso, torna-se mais um desafio para implantação de atitudes que preservem a ocorrência de eventos adversos. Portanto, reconhecer os desafios para implantação de uma Cultura de Segurança do Paciente é fundamental para implantar ações de melhorias, de modo a discutir estratégias e ofertar o melhor cuidado possível aos pacientes.