Apresentação: A violência contra mulher pode ser dividida entre violência por parceiro íntimo, ou seja, por um parceiro em união formal ou informal, e violência não causada por parceiro sexual, sendo o agente outro membro da família, amigo ou desconhecido, sendo que, ambas podem ser expressas por agressão física, sexual, psicológica e por outros atos de controle sobre a mulher. Diante disso, a saúde da mulher vítima de violência carrega as consequências do ocorrido, uma vez que, é evidenciado que mulheres que sofreram violência por parceiro íntimo e sexual tendem a enfrentar mais problemas com sua saúde, como - além das lesões físicas nos casos de agressão - maior exposição ao HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, transtornos relacionados à saúde mental - por exemplo, depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático e comportamentos suicídas - além de estarem sujeitas a tabagismo e uso abusivo de álcool. Dessa forma, este trabalho se direciona a violência em sua forma física, objetivando analisar notificações de violência física contra a mulher, de acordo com a faixa etária e o ano de notificação, em Criciúma. Desenvolvimento: Estudo secundário, descritivo, retrospectivo, realizado com dados provenientes do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2018 a 2022, em Criciúma, Santa Catarina. Foram utilizados dados de notificações de violência física contra a mulher, com idade de 18 anos ou mais, provenientes dos estabelecimentos de saúde do município. Resultados: A notificação por violência física foi mais frequente no grupo etário de 18 a 29 anos, em todos os anos, exceto em 2022, onde a maior proporção de violência foi no grupo etário de 30 a 39 anos. Ainda, vale ressaltar que a tendência da proporção de violência física diminuiu conforme o aumento da idade nos anos de 2018 a 2020, exceto em 2018, que o grupo etário de 60 anos ou mais apresenta maior proporção que as de 50 a 59 anos. Enquanto em 2021 e 2022, o panorama mudou. Em 2021, a maior proporção de violência física foi nas mulheres de 18 a 29 anos, seguida das de 40 a 49 anos, acompanhada das de 30 a 39 anos, das de 60 anos ou mais, e por fim, as de 50 a 59 anos. Em 2022, a maior proporção de violência foi nas mulheres de 30 a 39 anos, seguida das de 18 a 29 anos, das de 40 a 49 anos, das de 50 e 59 anos e, por fim, das de 60 anos ou mais. Considerações finais: As faixas etárias mais jovens apresentaram maior número de notificações referentes àviolência física contra mulher, sugerindo a necessidade de intervenções para apoiar essasmulheres, como ações de educação em saúde para instruí-las de quando e como procurar ajuda.