Realizar uma formação que olhe para a determinação social da saúde e compreenda como ela influencia nas vidas das pessoas, e que seja indutora de processos de mudança nos espaços de trabalho, mediante a incorporação de novos conceitos e práticas aplicáveis ao desenvolvimento do SUS, foi o desafio colocado pela Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares (RNMMP) e pelo Movimentos do Trabalhadores Sem Terra (MST) ao Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho da Fiocruz Brasília e ao Instituto Aggeu Magalhães (AGGEU) da Fiocruz Pernambuco, em 2019.
É com essa união de atores e intencionalidades que a proposta do Mestrado Profissional - Turma Especial: Promoção e Vigilância em Saúde, Ambiente e Trabalho foi realizado, de março de 2020 à junho de 2023, devido a Pandemia do Covid-19, a metodologia foi repensada e reorganizada mantendo os princípios metodológicos das pedagogias da alternância, histórico-crítica, do movimento. E alternativas para o desenvolvimento das pesquisas e projetos junto as comunidades seguindo os protocolos de segurança, utilizando momentos de ensino e aprendizagem síncronos, assíncrono e presenciais quando possível.
O Mestrado envolveu trabalhadores da saúde, de áreas correlatas, integrantes dos movimentos sociais, e devemos destacar que parte da turma atuou na linha de frente do SUS durante a pandemia.
Este Mestrado, teve como premissa à formação-ação, por meio de projetos de base territorial, trabalhando o desenvolvimento sustentável alinhado a necessidade de promoção das atividades científicas e tecnológicas como estratégia para o desenvolvimento econômico e social e para a redução das desigualdades regionais.
Foi com essa premissa que os 39 (trinta e nove) educandos(as), buscaram trabalhar com a comunidade, trazendo a reflexão entre a teoria e prática, visando a transformação social por meio de ações concretas e que nos permitiu contribuir diretamente nas comunidades e ou territórios.
As temáticas bordadas foram: Acesso à Saúde; Controle Social; Agroecologia; Alimentação Saudável/Soberania e Segurança Alimentar; Gênero; Políticas Públicas; Saneamento; Cuidado em Saúde; Saúde Mental e Vigilância Popular em Saúde, sendo que saúde mental e vigilância popular em saúde foram as temáticas mais abordadas pelos(as) educandos(as). E tiveram os seguintes públicos/comunidades nos Projetos de Intervenção: Adolescentes privados de liberdade; Comunidade Atingida por Barragem; Comunidade Urbana; Gestores; Trabalhadoras do Sexo; Pessoas com Hanseníase; Policiais Penais; Mulheres em Situação de Vulnerabilidade; Trabalhadores e Trabalhadora da Saúde; Trabalhadores e Trabalhadora da Pesca; Trabalhadores e Trabalhadora do Campo; e Agentes Populares do Campo.
As estratégias educativas desenvolvidas resultaram na valorização e estímulo dos envolvidos, na participação e protagonismo dos(as) educandos(as) em ações de incidência políticas e emancipatórias em seus contextos de vida, visando assegurar o direto a alimentação saudável e adequada, a luta por direito e busca pela promoção e vigilância em saúde, ambiente e trabalho. Reforçando o valor do compartilhamento dos saberes, e o saber fazer das pessoas, suas vivências, e da atuação do Movimento Social na organização da comunidade e na construção de um processo de reflexão para a luta por direitos e políticas públicas.