O “Grupo de Relaxamento e Bem Viver” é um espaço comunitário de promoção da saúde, partilha de experiências e discussão crítica da realidade orientado pela perspectiva teórico-metodológica da Educação Popular em Saúde (EPS). É uma ação do “Projeto Educação Popular, Práticas Integrativas e Promoção da Saúde na Atenção Básica” que integra as frentes de ação do “Programa de Pesquisa e Extensão Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica” (PINAB) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O grupo tem o intuito de construir saberes compartilhados e de fortalecer o protagonismo comunitário, a partir de discussões acerca das iniquidades em saúde, na busca por direitos e mecanismos que auxiliam na melhoria de vida, assim como ampliar a concepção de saúde dentro do território por meio de práticas populares e ancestrais de cuidado. O grupo iniciou em 2019 na comunidade Boa Esperança no bairro Cristo Redentor em João Pessoa/PB. Durante a pandemia de COVID-19 adaptou as suas ações para o modelo virtual e em 2022 voltou presencialmente ao território. O grupo é integrado por moradoras e moradores da comunidade, extensionistas do Programa, orientadores do Programa e convidados, trabalhadores da Unidade Básica de Saúde Vila Saúde e uma educadora popular local a qual é coordenadora comunitária da ação. Sendo válido ressaltar a participação majoritária de mulheres no grupo. Os encontros do grupo ocorrem de forma semanal na comunidade, construídos horizontalmente, de modo que qualquer participante pode sugerir temáticas para os encontros e/ou mediá-los. Os encontros iniciam com o acolhimento afetuoso e uma prática de vivência corporal voltada para o relaxamento, como meditação, alongamentos e massagens. Em seguida, ocorre uma dinâmica de grupo com a pergunta condutora que instiga a discussão sobre a temática do encontro. Depois da discussão são realizadas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e Práticas Populares de Saúde, tais como escalda pés, massoterapia, ventosaterapia e auriculoterapia. Os encontros são encerrados com a partilha de alimentos em um lanche coletivo. Ao longo da semana a comunicação com a comunidade se dá por meio da troca de áudios, fotos e vídeos em um grupo virtual no WhatsApp. Temas como a realidade da infância, os hábitos alimentares, os enfrentamentos realizados ao longo da vida, o convívio solidário com vizinhos, as dificuldades de acesso a serviços de saúde são pautados pelo grupo. Ao longo das rodas é possível perceber como problemas que pareciam individuais são na verdade coletivos, assim as participantes se unem em um movimento de externar suas expectativas, mágoas, estratégias e cuidados para lidar com os problemas coletivamente. A solidariedade e o desejo de transformação social encontrados reafirmam a importância do diálogo entre os saberes e possibilidades de transformação da universidade e dos territórios. No Grupo o protagonismo comunitário viabiliza uma discussão dialógica de forma respeitosa e propositiva pelas participantes do grupo que juntas vão tecendo compreensões, problematizações e traçando estratégias para manejo das adversidades percebidas nesse exercício dialógico.