Apresentação: Considerando os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), é de suma importância que o usuário tenha acesso a diferentes profissionais e que estes consigam trabalhar em equipe em prol do cuidado centrado na pessoa. No entanto, o modelo educacional atual resulta em dificuldades de comunicação entre os profissionais, podendo levar a desfechos insatisfatórios. Como forma de se adequar ao modelo de prática colaborativa e preparar melhor os futuros profissionais, desde o início dos anos 2000 o Ministério da Educação tem proposto atualizações nos currículos dos diversos cursos da área da saúde. Em 2017 foram estabelecidas as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, que focam em três eixos: cuidado em saúde, tecnologia e inovação em saúde, e gestão em saúde. O primeiro e principal eixo, pode ser desenvolvido por meio do fomento das competências para a Atenção Farmacêutica, que consiste em uma prática profissional generalista centrada no paciente. Esse trabalho pode apresentar desfechos melhores quando o farmacêutico está inserido em uma equipe de saúde integrada, com boa comunicação entre os membros. Objetivando promover a integração entre os diferentes cursos da área da saúde, foi criada a atividade acadêmica curricular “Educação interprofissional para a tomada de decisão compartilhada em saúde”, ofertada no segundo semestre de 2022 pela Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais no contexto de um projeto de doutorado. Participaram discentes dos cursos de Farmácia, Enfermagem, Odontologia, Psicologia e Medicina. Este trabalho visa, portanto, compreender a percepção da primeira autora sobre o processo de aprendizagem interprofissional, como discente que cursou a referida disciplina e o impacto na sua formação acadêmica. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência educacional vivenciado por uma estudante do curso de Farmácia. Nas aulas, os estudantes tiveram a oportunidade de compreender o papel do paciente no processo de cuidado, estudando o conceito de injustiça epistêmica, ouvindo o relato de pacientes e profissionais da saúde. Os estudantes puderam também criar um Projeto Terapêutico Singular para um paciente simulado; praticar a tomada de decisão compartilhada entre os futuros profissionais; e simular as atividades desenvolvidas por trabalhadores da atenção básica no SUS, como reuniões de matriciamento e entrevistas por área da saúde. Para relembrar detalhes importantes, será utilizada a estratégia de entrevista, seguindo perguntas norteadoras que serão elaboradas com o auxílio das orientadoras. Uma delas irá me entrevistar e a entrevista será gravada. Além disso, textos produzidos durante a disciplina, juntamente com o portfólio, também serão utilizados como fonte de informação para descrição desse relato. Resultados esperados: Pretende-se realizar uma descrição densa e com riqueza de detalhes sobre a experiência educacional vivenciada, permitindo a compreensão do processo de aprendizagem na referida disciplina na perspectiva discente. Destaca-se que esta foi a primeira experiência da estudante de participação em uma disciplina interprofissional, já no final do curso. Considerações finais: Destaca-se que apesar de importante para avaliação do processo de aprendizagem, qualidade do ensino e desenvolvimento de competências, a literatura é escassa em relatos na perspectiva do discente sobre essas experiências educacionais.