Projeto Rizoma: um relato de experiência acerca da observação dos usuário no Coletivo Brisa do CAPS-AD III de Vitória da Conquista

  • Author
  • Mariana de Assis Pinheiro
  • Co-authors
  • Carolina Nascimento Cerqueira , Eduarda de Brito Pereira , Isabella Dutra Soares , Isadora Oliveira Coqueiro , Samuel de Sousa Cruz , Nívea Maria Silva Silveira , Talita Isaura Almeida Ferraz Araújo Pereira , Aline Benevides Sá Feres
  • Abstract
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    O projeto de pesquisa “Entre Afetos e Subjetivações: Rizomas da Educação em Saúde Mental” proporciona uma imersão no  Centro de Apoio Psicossocial- álcool e outras drogas III (CAPS-AD III), em Vitória da Conquista/Bahia, com o intuito de observar e compreender a construção do cuidado e as vivências dos usuários da Rede de Atenção Psicossocial. Nesse contexto, este trabalho tem o objetivo de relatar uma experiência de pesquisa em curso, no CAPS-AD III, a partir das oficinas de socialização ocorridas no coletivo terapêutico Brisa, que tem foco na interação entre os usuários por intermédio de exercícios de autopercepção e percepção do outro. Tais oficinas são acompanhadas por discentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Campus Vitória da Conquista. Ao longo dos encontros, foram compartilhadas experiências, emoções e perspectivas tanto intrínsecas a cada indivíduo, quanto comuns a grupos sociais que compartilham a mesma realidade, gerando o fortalecimento de laços coletivos e a oferta da atenção biopsicossocial. A metodologia da pesquisa compõe-se de estudo cartográfico, por meio da observação participante das atividades em grupo, com registro em diários de campo. Os encontros ocorrem quinzenalmente às sextas-feiras, sempre na presença de, pelo menos, um coordenador e com a média de três a quatro participantes assistidos. Assim, analisamos as atividades com práticas de exercício corporal, senso comunitário e autorreflexão, sendo elas: relaxamento, pintura, manutenção da horta comunitária e visita ao orquidário. O coletivo Brisa busca priorizar a inter-relação entre os participantes ao propiciar a sensação de conforto, acolhimento, liberdade e autonomia no processo de cuidado. A presença dos pesquisadores, no contato inicial, vem atrelada à estranheza, mas transforma-se em cumplicidade e respeito mútuo. As atividades do coletivo são, sobretudo, sugeridas pelos próprios participantes no encontro anterior e tem como meio divulgação o próprio ambiente do CAPS, onde estão expostos o cronograma semanal de cada grupo terapêutico. Entretanto, segundo relatos de usuários e de acordo com a nossa observação do processo de organização do trabalho, nem sempre é possível seguir o que é previsto, assim, quem falta alguma reunião, acaba ficando desinformado. Compreendemos que o ambiente de bem-estar não se resume apenas aos momentos proporcionados pelo Coletivo Brisa, mas inclui também os elementos que compõem o CAPS. Nessa conjuntura, encontramos muitos cartazes com finalidades educativas a respeito dos resultados negativos que o uso abusivo de substâncias psicoativas trazem ao indivíduo, nos levando a refletir sobre como isso pode impactar no acolhimento e participação dos usuários dentro do grupo. Por fim, o coletivo Brisa mostrou-se como um importante espaço terapêutico que tem os princípios pautados no usuário enquanto sujeito ativo, que participa da construção do processo de cuidado, demonstrando resultados positivos na adesão à redução de danos associados ao uso de drogas lícitas ou ilícitas.

  • Keywords
  • Serviços de Saúde Mental, Redução de danos, Promoção da Saúde
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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