Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são profissionais responsáveis por estabelecer uma ponte entre a comunidade e os serviços de saúde, atuando de forma integrada e próxima às realidades locais, de modo a promover saúde, prevenir doenças e acompanhar os usuários em seus territórios. Isso se torna fundamental em uma região com grandes desafios de saúde pública como a Amazônia, onde a assistência de qualidade e que atenda às necessidades da população é mais difícil. O objetivo deste estudo é identificar o perfil sociodemográfico e analisar o nível de formação educacional dos Agentes Comunitários de Saúde de três Unidades Básicas de Saúde (UBS) de diferentes áreas do município de Iranduba, no interior do Amazonas. Trata-se de um estudo observacional através do projeto intitulado “Intervenção liderada por Agentes Comunitários de Saúde para manejo de Diabetes Tipo 2 no interior do Amazonas” do grupo de pesquisa Estudo da Saúde na Atenção Primária da População Amazônica (SAPPA). Aleatoriamente, por meio de sorteio, 3 (três) UBS da zona urbana da cidade de Iranduba foram selecionadas para o estudo. Como critério único, o ACS deveria estar vinculado a uma dessas UBS para serem incluídos no estudo, sendo excluídos os ACS que estivessem no período de férias, com licença para tratamento de saúde, licença-prêmio, licença maternidade ou qualquer tipo de afastamento. A coleta de dados se deu através da aplicação de um questionário sociodemográfico contendo informações sobre a caracterização do profissional: nome, idade, sexo, estado civil, número de filhos, raça ou cor, tempo de moradia na cidade, tempo de trabalho como ACS, número de famílias atendidas mensalmente, UBS que está inserido(a) e tempo de atuação como ACS na UBS em que trabalha atualmente. Os dados sobre as características dos ACS participantes do estudo revelaram uma predominância de mulheres (88,2%) na amostra. Além disso, a maioria é solteira (58,8%), possui dois filhos (41,2%) e tem em média 11,8% com 44 anos de idade e outros 11,8% com 53 anos. Notou-se também que uma parcela significativa das ACS mora na cidade há mais de 20 anos (11,8%) e tem uma média de tempo de trabalho de 10 a 19 anos na profissão (11,8%). Esses dados sugerem uma certa estabilidade e experiência das ACS que participaram do estudo, o que pode influenciar positivamente na qualidade do trabalho desenvolvido por elas. A predominância de mulheres na amostra pode indicar uma tendência de gênero na profissão de ACS, o que pode ser relevante para futuras políticas públicas de saúde voltadas para essas trabalhadoras. Em geral, percebe-se que os dados são relevantes e persistentes com a literatura. Podem contribuir significativamente para a compreensão e aprimoramento do trabalho realizado por essas profissionais ACS, uma vez que são muito acessíveis e predispostas ao cuidado com a saúde, apresentam maior habilidade de comunicação, estabelecimento de vínculo e acolhedoras do que os homens, o que pode ser uma vantagem na função de ACS.