Fatores Determinantes da Baixa Adesão ao Exame Citopatológico na Atenção Básica

  • Author
  • Yanna do Socorro Meneses Valente
  • Co-authors
  • Felipe Macedo Vale , Maria Vitória Sabino Hupp , João Kleber De Souza Sanches , Renato Do Nascimento Costa , Max Greco Dos Santos , Erik Ferreira Costa , Hector Brenno da Silva Cagni , Maria Carolina Feio Barroso
  • Abstract
  • O exame citopatológico é o método utilizado para o rastreio de câncer de colo uterino (CCU). Por esse motivo, a realização anual do procedimento é imprescindível à diminuição da morbimortalidade associada ao CCU. Em vista disso, a baixa adesão ao teste nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) implica diagnósticos tardios e, consequentemente, prognósticos desfavoráveis. Assim, objetiva-se identificar os aspectos relacionados a não aderência das mulheres ao exame citopatológico nas UBS, enfatizando os elementos subjacentes a tais condicionantes. Esse trabalho consiste em uma revisão bibliográfica narrativa de artigos publicados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google Acadêmico, visando fundamentar a análise realizada com a literatura existente acerca da temática. Com base nos resultados apresentados nos estudos, os principais fatores relatados pelas mulheres como impedimentos à realização do exame citopatológico foram dificuldade de agendamento, falta de tempo, medo e vergonha. Os dois primeiros eventos, para além de questões estruturais e organizacionais da unidade de saúde, estão diretamente associados à divergência entre os horários disponibilizados pelas UBS e a rotina de trabalho feminina. Por essa razão, há a necessidade da atenção primária desenvolver estratégias que se adequem às demandas das usuárias, de maneira que as ações de prevenção estejam em consonância com as realidades da população adscrita. Ademais, o medo que muitas mulheres sentem em relação ao procedimento está atrelado ao desconhecimento sobre o método e a experiências individuais anteriores. Nesse sentido, o fortalecimento do vínculo entre os profissionais de saúde e a comunidade, com o intuito de estabelecer uma relação de diálogo e confiança, torna-se uma condição essencial ao aumento da cobertura do exame citopatológico. No que tange ao sentimento de vergonha das pacientes, a exposição da genitália durante o teste gera constrangimento devido a questões particulares e socioculturais, sobretudo à formação moralizante sexista que incute nas mulheres um receio extremo em relação a seus corpos. Esse empecilho é agravado pela fragilidade da educação em saúde, que limita o esclarecimento dos tabus e mitos em torno do exame ginecológico. Além dos fatores supracitados, as pesquisas evidenciam outros motivos, citados com menor frequência pelo público-alvo, para a baixa procura pelo procedimento nas UBS, como estrutura inadequada, falta de materiais, morosidade no recebimento dos resultados, erros na coleta e dificuldade de deslocamento. Quanto ao perfil das usuárias que não aderem ao exame, donas de casa, mulheres em um relacionamento conjugal no qual há negativa do parceiro, baixo nível socioeconômico e de escolaridade constituem as principais características identificadas. Portanto, a baixa adesão ao exame citopatológico está interligada à debilidade no vínculo entre as UBS e o público-alvo, de modo que a atenção básica precisa elaborar e empregar mecanismos que atuem sobre os fatores desencadeantes desse panorama, a fim de assegurar a periodicidade do procedimento e, consequentemente, o êxito das estratégias de prevenção do CCU.

  • Keywords
  • Fatores desencadeantes, Papanicolau, Atenção primária à saúde
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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