A região amazônica apresenta desafios importantes para a promoção da saúde, especialmente para a população que sofre com uma diversidade de doenças crônicas, como o Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2). Nesse contexto, a atuação do Agente Comunitário de Saúde (ACS) tem se mostrado fundamental para a aquisição de hábitos saudáveis e no controle da doença. Através da experiência no projeto intitulado “Estudo da Saúde na Atenção Primária da População Amazônica (SAPPA)”, sobre barreiras e facilitadores para aquisição de hábitos saudáveis com usuários diagnosticados com DM2 e juntamente com ACS de 6 (seis) Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Iranduba, localizado à 40 km da capital do Estado, Manaus (AM), buscamos compreender como os ACS contribuem para a melhoria da qualidade de vida e aquisição de hábitos saudáveis pelo olhar dos próprios usuários com DM2 e também verificar a perspectiva do ACS sobre o assunto na região. Para isso, preparou-se um momento acolhedor e confortável para realização de uma roda de conversa e exposição de opiniões e perspectivas com a aplicação da técnica “Word Café”. Assim, por meio de 5 (cinco) mesas, cada uma abordando um tema diferente para discussão e identificação de barreiras e facilitadores, foram abordados diversos fatores, dentre eles: fatores ambientais, alimentação, atividade física, mudanças de hábitos e comportamentos. A dinâmica se deu por rodadas, onde cada pessoa passava pelas cinco mesas em diferentes tempos, sem repetição, a qual foi realizada em 2 dias, um dia com os usuários e outro dia com os ACS. Sobre o papel do ACS, um dos aspectos mais relevantes observados foi na atenção e confiança que os usuários colocam no profissional que todo mês, por meio de visitas domiciliares, fornece além do acolhimento, o aconselhamento através das informações sobre a doença e hábitos de vida, bem como em esclarecimentos de dúvidas do tratamento, o que facilita o usuário na adoção de hábitos saudáveis, empolgando-o a manter alimentação equilibrada e buscar a prática de atividade física, mesmo com todas as dificuldades. Essa atenção e acolhimento que os ACS fornecem em seu trabalho serve como importante incentivador na participação do usuário em atividades comunitárias, como caminhadas e idas a feiras por exemplo, promovendo a integração social e o cuidado mútuo entre os moradores da área. Além disso, observou-se pela fala dos usuários que são os ACS que ajudam no acesso aos serviços de saúde, agendando consultas e marcando e orientando sobre os exames, ou seja, é o ACS que acompanha de perto o uso dos medicamentos e os resultados dos exames dos usuários, o que para eles é de grande valia. Através dessa perspectiva sobre a atuação do usuário sobre o papel do ACS evidencia-se a importância do profissional na promoção da saúde, na comunidade e nos serviços oferecidos aos usuários com DM2 com intuito de controlar a doença, reduzir as complicações e os custos associados ao tratamento na região amazônica.
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