Os Centros de Atenção Psicossocial - Álcool e outras drogas (CAPS AD) III, são serviços especializados de saúde mental para pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, que integram a Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde. Estes centros têm papel estratégico na atenção integral e na redução de danos associados ao uso de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas, sendo um dos dispositivos utilizados os grupos terapêuticos de cunho educativo. Desse modo, este resumo objetiva divulgar o projeto de pesquisa em curso: “Entre Afetos e Subjetivações: Rizomas da Educação em Saúde Mental”, que se debruça na área de reabilitação psicossocial no CAPS-AD III, em Vitória da Conquista/Bahia e é conduzido por docente e discentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Nesse contexto, o projeto de pesquisa tem como propósito de estudo a educação em saúde, enquanto estratégia primordial para a promoção da saúde mental e objetiva cartografar a produção de subjetividade nas práticas educativas relacionadas ao álcool e outras drogas, apreendendo afetos e afecções de profissionais e usuários na produção de conhecimento sobre reabilitação psicossocial na clínica de álcool e outras drogas. Desse modo, o estudo caracteriza-se como qualitativo, se desenvolvendo na perspectiva da cartografia, enquanto modo de produção de conhecimento desenvolvida por Deleuze e Guattari, e realiza a produção de dados a partir de observação participante nas atividades em grupo, sendo estas registradas em diários de campo. Na segunda etapa do projeto, ocorrerá entrevistas semiestruturadas e gravadas com os profissionais de saúde que desenvolvem atividades educativas junto aos usuários do serviço. A análise dos dados será feita a partir dos pressupostos da cartografia e análise de conteúdo de Bardin. Nesse contexto, é válido ressaltar que a observação dos participantes nos grupos terapêuticos desenvolvidos no CAPS AD III, proporciona vivenciar a construção dos afetos no processo de cuidado à saúde na esfera individual e coletiva e a socialização se mostra como um importante fator de contribuição para a reabilitação psicossocial, priorizando o respeito e protagonismo do sujeito em seu processo de cuidado. A interação dos pesquisadores com os usuários presentes nos grupos, deixam de ser inicialmente marcadas por estranheza para uma relação de cumplicidade, o que contribui para que sejam compartilhadas experiências, emoções e perspectivas durante as sessões nos grupos terapêuticos. Dessa forma, através da observação participante e das entrevistas, pretende-se acompanhar os processos de territorialização e desterritorialização existencial, os afetamentos produtores de subjetividades e as possíveis subjetivações produzidas pelas atividades educativas, respeitando todos os preceitos éticos, conforme Resolução 466/12. Além disso, pretende-se contribuir para a ampliação e divulgação do conhecimento na área específica da pesquisa e proporcionar, aos discentes envolvidos, a vivência de pesquisa e um incremento na formação médica, a partir dos conhecimentos produzidos.