Apresentação: A insatisfação na atenção primária à saúde, especialmente aqueles que atuam em nas Equipes de Saúde da Família, está relacionada a diversos fatores, como à falta de autonomia, excesso de burocracia, falta de incentivo educacional, sobrecarga de trabalho e salários inadequados. Isso, pode afetar a qualidade do atendimento e prejudica a saúde mental dos profissionais. Objetivo: identificar os problemas relacionados a saúde mental e física como causa de insatisfação profissional das equipes de Saúde da Família. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo multicêntrico, descritivo, exploratório e de abordagem qualitativa. Os locais do estudo foram 16 Unidades Básicas de Saúde com eSF das principais cidades de cada região geográfica do estado de Santa Catarina: Criciúma, Joinville, Blumenau, Lages e Chapecó. Os participantes do estudo foram 64 profissionais que integram as eSF. A coleta de dados aconteceu entre os meses de março a dezembro do ano de 2020, por meio de entrevista semiestruturada e observação indireta como fonte complementar. A análise dos dados foi realizada segundo análise de conteúdo temática de conteúdo expressados usando trechos de entrevistas com auxílio do software Atlas.ti para organização dos achados, associado a frequências absolutas e relativas. Os procedimentos éticos foram respeitados com aprovação do pelo Comitê de Ética e Pesquisa sobre parecer número 3.675.401. Resultados: os achados indicaram cinco códigos: abalos na saúde mental (n=17 - 47,2%); problemas ergonômicos (n=6 - 16,7%); perda das funções laborais (n=5 - 13,9%); perda do sono (n=5 - 11,1%); angustia pelos pacientes (n=5 - 11,1%). Os trechos de falas que representam esses achados estão sintetizados em dois “(...) isso me dá muita ansiedade, tenho bastante ansiedade, problemas para dormir à noite, durante o dia quando vejo algum paciente chegando já fico aflita (P21E); “(...)a gente prejudica o nosso físico né, começa a ter dores na coluna, ombros e braços, nas mãos.” (P37D). A sobrecarga psíquica associada ao ritmo intenso de trabalho colabora para os problemas na saúde mental e física dos profissionais de saúde. Considerações: Os profissionais das equipes de saúde da família enfrentam angustias, problemas ergonômicos e laborais, prejuízos no sono o que caba impactando em sua saúde na atenção integral do cuidado aos usuários que utilizam o serviço e colaborando para insatisfação com o trabalho.