A menstruação é uma condição do ciclo reprodutivo, que é caracterizada pela descamação do endométrio em pessoas que possuem útero, tendo seu início em média aos 13 anos de idade. As pessoas que vivenciam a menstruação são às mulheres cisgênero, lésbicas, homens transexuais e pessoas não binárias. Já o conceito de pobreza ou precariedade menstrual, é quando há a ausência da gestão digna da menstruação pelas pessoas que menstruam, a ausência de estrutura física, de insumos e de educação em saúde são um dos fatores que afetam as pessoas a realizar um manejo correto da menstruação. Em 2023, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) criou um guia com orientações para a implementação de iniciativas de promoção da dignidade menstrual e o enfrentamento à pobreza menstrual. Neste documento apresenta a realidade atual no Brasil, a respeito da precariedade menstrual. Hoje, cerca de 60 milhões de pessoas menstruam no país, isso é 30% da população. No que tange ao cuidado das pessoas que menstruam, a equipe de enfermagem mostram um importante potencial na promoção da saúde. Os profissionais de enfermagem estão na linha de frente dos cuidados de saúde, proporcionando assistência direta às menstruantes em todas as fases de suas vidas. A atuação da enfermagem nos serviços que compõem a atenção primária à saúde, no cuidado às pessoas que menstruam, mostra a importância da orientação e educação em saúde, atuando na prevenção de doenças e promoção à saúde, auxiliando as pessoas na gestão da menstruação, na redução de iniquidades e na gestão da menstruação, para que as pessoas que menstruam não utilizem métodos inadequados ou equivocados para realizar os cuidados durante o período menstrual. O objetivo desse estudo é identificar taxonomias de enfermagem que possam contribuir com o combate a precariedade menstrual. A Sistematização da Assistência de Enfermagem é o instrumento utilizado pelos enfermeiros para organizar e guiar seu processo de trabalho de forma organizada e sistemática, existe alguns instrumentos como a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) e a NANDA-I, que são taxonomias usadas para organizar o processo de trabalho dos enfermeiros. A precariedade menstrual na CIPE, poderia ser diagnosticada como Déficit de Autocuidado (Termo) e Capacidade para Executar o Autocuidado (Definição) e outra possibilidade como meios de realizar uma intervenção frente a precariedade menstrual seria Serviço de Educação em Saúde (termo) e Serviço de Saúde (definição). Já na NANDA-I, temos as possibilidades de diagnósticos “Autogestão ineficaz da saúde” e “Comportamentos ineficazes de manutenção da saúde”, que fazem parte do domínio 1, classe 2 referente à promoção da saúde. Quando se trata de intervenções: Fornecer apoio ao autocuidado, orientar sobre o auto monitoramento e apoiar no manejo de sinais regularmente. Conclui-se então que nas taxonomias mais usadas na enfermagem hoje, existem possibilidades de enfrentamento à precariedade menstrual, principalmente por meio da educação em saúde e por meio do autoconhecimento do corpo, do seu funcionamento, das potencialidades e da própria gestão digna da menstruação através do autocuidado.