Apresentação: A declaração de Alma-Ata sobre Cuidados Primários em Saúde, ocorrido em 1978, abriu portas para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. O SUS, nos moldes atuais, conta com Princípios Doutrinários (Universalidade, Igualdade/Equidade e Integralidade) e Organizativos (Descentralização- hierarquização e regionalização- e Participação Popular). Dessa forma, é preciso que os profissionais da saúde elaborem estratégias para garantir que esses princípios sejam devidamente aplicados. Entre as especialidades médicas, a Medicina da Família e Comunidade é protagonista na Atenção Primária em Saúde, sendo assim, exerce um papel crucial no que diz respeito à aplicabilidade dos Princípios do SUS, dentre esses, a Participação Popular. O princípio ora em foco, destaca-se por contribuir para a eficácia das políticas públicas e por estimular a autonomia dos sujeitos e, consequentemente, por fomentar o autocuidado e a democracia na saúde. Nessa perspectiva, o Médico da Família e Comunidade (MFC) assume papel de grande relevância no que tange à aplicabilidade desse princípio, uma vez que ações voltadas para a população coordenas também por esse profissional enquanto membro da equipe podem ampliar a Participação Popular. A vista disso, o presente estudo tem como objetivo geral refletir acerca do papel do MFC para o fortalecimento do princípio Participação Popular no SUS. Especificamente o projeto versa demonstrar as responsabilidades do MFC no estímulo à clientela da equipe de saúde da família que está sob sua responsabilidade para a elaboração de propostas e ações que visem a melhoria da saúde daquela comunidade, bem como no fomento de atividades que promovam cada vez mais o acesso dos usuários aos serviços. Método: Trata-se de uma análise reflexiva de estudantes de medicina de uma faculdade do sul da Bahia a partir dos componentes Saúde Coletiva e Medicina da Família e Comunidade. Resultado: A partir da presente análise reflexiva, tem-se como resultado a compreensão de que o papel do MFC é imprescindível para a garantia da participação popular nos serviços e ações de saúde, assim como é também sua responsabilidade contribuir para a garantia do acesso e do cuidado equânime e para a elaboração de planejamentos participativos com respeito aos saberes. Tal-qualmente, definem-se ainda, enquanto resultados, a percepção da necessidade de que a formação médica estimule esse compromisso com os Princípios do SUS durante todas as etapas acadêmicas e a evidenciação do quanto essa é uma realidade ainda distante do cotidiano dos serviços de saúde. Considerações finais: Com base no supracitado, nota-se que o fulcral papel do MFC vai além de promoção de saúde, prevenção de doenças e cura, atingindo aspectos em maior âmbito, como a aplicabilidade dos Princípios do SUS. Espera-se que reflexões como essa sirvam de incentivo para outros estudantes da saúde, bem como para os profissionais da área, a fim de que o fazer da medicina esteja alicerçado e em perene diálogo com os Princípios do SUS, com a garantia da autonomia dos sujeitos e com a produção de um cuidado integral e equânime, pensado com os sujeitos, pelos sujeitos e para os sujeitos.