Na Atenção Básica à Saúde, o trabalho em equipe deve ser colocado como alicerce principal frente ao cuidado para com a comunidade, sendo atrelado a articulação das ações de prevenção, tratamento, reabilitação e promoção da saúde, proporcionada a partir de ações interdisciplinares, multidisciplinares e transdisciplinares. A Atenção Básica é a preeminente porta de entrada e o núcleo articulador da admissão dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às Redes de Atenção à Saúde, guiada pelos preceitos da acessibilidade, coordenação do cuidado, vínculo, continuidade e integralidade. Nesse sentido, para cumprir com esses princípios, a Atenção Básica desenvolve programas e ações, levando em consideração a diversidade das necessidades de saúde dos usuários. Diante desse panorama, mostra-se de fulcral relevância a maior abrangência populacional possível propiciada por essas equipes, a fim de promover um ambiente comunitário permeado por cuidados e estratégias de saúde. Faz-se, pois, necessário, desenvolver estudos que propiciem o conhecimento a respeito da assistência provida pelas equipes de Atenção Básica em cada localidade brasileira, sendo esse o principal objetivo deste trabalho: avaliar a cobertura populacional estimada pelas equipes de Atenção Básica no município de Santa Maria no período de 2010 a 2020, por meio de um estudo descritivo de dados disponibilizados pelo Departamento de Gestão da Tecnologia da Informação da Secretaria Estadual da Saúde, no período de 1 de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2020. Como resultado, observou-se que, no período de 2010 a 2014, a cobertura das equipes de Atenção Básica permaneceu estável, sem grandes oscilações, sendo 46,64% e 58,30% a porcentagem de cobertura, respectivamente. Já no ano de 2015, observou-se o maior aumento na taxa de cobertura durante os 10 anos analisados, sendo a população residente de Santa Maria, neste ano, composta por 274.838 pessoas, das quais 170.940 foram assistidas pelas equipes supracitadas, correspondendo a 62,2% de alcance populacional. Contudo, nos anos subsequentes (2017, 2018, 2019 e 2020), mostrou-se um decréscimo nos valores referidos, os quais não corresponderam às metas estaduais pretendidas, uma vez que em 2017 a taxa de cobertura foi de apenas 39,65% (meta estabelecida: 74%) e em 2020 a taxa foi de 56,21% (meta pretendida: 77,6%). Portanto, demonstra-se, através das estatísticas analisadas, que a cobertura populacional proporcionada pelas equipes de Atenção Básica coloca-se como deficitária em meio a um ambiente que deveria prezar pela abrangência populacional em larga escala. Desse modo, por ser a porta de entrada para o atendimento à saúde, devem-se organizar estratégias para que esse alcance consiga abranger à toda comunidade, afinal, o gerenciamento e aprimoramento da política de saúde no país são indispensáveis para o acompanhamento acurado por todos os sujeitos comprometidos na defesa da dignidade à saúde integral, pública e universal.
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