A Residência Multiprofissional na Atenção Materno Infantil teve início no ano de 2024, no Hospital Santa Cruz, na cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. O referido hospital é referência para gestantes de alto risco, na região do Vale do Rio Pardo. Nesse programa, os profissionais residentes da área da enfermagem, serviço social, psicologia, farmácia e nutrição atuam no Ambulatório de Gestação de Alto Risco (AGAR) ao menos uma vez por semana. Os AGARs foram criados visando amenizar as taxas de morte materna e neonatal em casos de gestação de alto risco, bem como disponibilizar um atendimento multiprofissional para essas pacientes e proporcionar um suporte para a rede básica de saúde. O objetivo do presente trabalho é discutir o papel de residentes multiprofissionais do Programa de Atenção Materno Infantil na assistência prestada às gestantes de alto risco no AGAR do Hospital Santa Cruz. A metodologia utilizada foi o relato de experiência, com base nas vivências de residentes que estão atuando no ambulatório. A consulta no ambulatório é conduzida de forma individual, permitindo que a gestante receba atendimento especializado em diferentes especialidades, garantindo cuidado integral. O atendimento da enfermagem é o primeiro local que a gestante é encaminhada, neste momento é realizado a consulta de enfermagem, visando o acolhimento das mesmas, junto aos seus acompanhantes, aferido os sinais vitais e realizado anamnese das pacientes. Já o atendimento psicológico permite identificar demandas de sofrimento psíquico nas gestantes, sendo que todas elas passam por uma avaliação. O atendimento farmacêutico visa garantir segurança não só a gestante mas também ao feto, e envolve ações que se concentram em fornecer orientações de como fazer uso seguro dos medicamentos e como fazer monitoramento de sua saúde. No atendimento nutricional as principais orientações são para as gestantes com Diabetes Gestacional (DMG) e pré-eclâmpsia, objetivando a prevenção dos desfechos negativos. A intervenção do serviço social busca identificar possíveis aspectos sociais que podem intervir e comprometer a assistência da gestante e do nascituro, visando a redução dos riscos e complicações durante a gestação e puerpério. A vivência no ambulatório mostrou-se pertinente para um pré-natal de alto risco, visto que nesses casos é necessário uma assistência especializada de uma equipe multiprofissional. Essa experiência proporciona aos residentes uma amplitude nos conhecimentos, permitindo assim colocar em prática as teorias aprendidas ao longo do programa, bem como observar o fazer de profissionais que já atuavam no ambulatório há mais tempo. Tendo em vista a importância da efetividade do sistema de referência e contrarreferência, o serviço de atendimento multiprofissional do AGAR faz-se necessário e fundamental para prevenir os agravos decorrentes de uma gestação de alto risco. Assim, os atendimentos dos residentes promoveram uma troca de experiências e discussões de casos de forma multiprofissional, propiciando uma ação em saúde mais qualificada e eficaz às gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).