A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível sistêmica, prevenível e curável, com medidas de baixo custo e disponíveis no SUS. A sífilis congênita é transmitida de forma vertical para a criança, considerando os casos de gestantes sem tratamento ou tratadas de forma inadequada. Ambas têm aumentado no Brasil e no mundo, principalmente após a pandemia de Covid-19, frequentemente atribuída a subnotificação ocorrida à época, face ao funcionamento precário dos serviços. Em 2022, o país apresentou incidência de sífilis congênita aproximada de 10/1000NV, ao passo que em alguns municípios da região Centro-Leste da Bahia a incidência foi cerca de 4 vezes maior que a nacional. Possíveis causas que dão consequência a esta situação se relacionam ao âmbito da gestão dos serviços, no que tange a articulação inadequada entre a gestão, vigilância epidemiológica e a produção do cuidado no âmbito da atenção básica e hospitalar, bem como a prática profissional inadequada a exemplo da subnotificação de casos. Igualmente, a dificuldade em estabelecer o tratamento da sífilis na atenção básica e monitoramento inadequado de casos. Além disso, podem-se considerar as causas de cunho individual, como relações sexuais desprotegidas, a não procura pelo serviço de saúde, desconhecimento sobre a doença, entre outras, o que impede a quebra da cadeia de transmissão. Como consequências, destaca-se a sobrecarga do sistema de saúde quanto às especialidades pediátricas; aumento de gastos públicos (tratamento e seguridade social); violência de gênero; descrédito nos serviços e na gestão; frustação dos profissionais em não lograr êxito no cuidado prestado. Esta proposta de intervenção objetiva reduzir em 20% a ocorrência de sífilis congênita em menores de 1 ano nos municípios com maior incidência na região Centro-Leste da Bahia no período (Mundo Novo, Araci, Macajuba e Lençóis), conforme meta Nacional e Estadual. Serão realizadas atividades de educação permanente para os profissionais de saúde e gestores, a partir da discussão dos processos de trabalho, valorização das vulnerabilidades, interdisciplinaridade e qualificação da atenção pré-natal, objetivando a sensibilização, orientação, captura e tratamento adequados, ações fundamentais para evitar a sífilis congênita. Espera-se que os profissionais promovam articulação entre a gestão, atenção primária, vigilância epidemiológica e hospitais, inclusive que promovam medidas de diagnóstico e tratamento adequados e em tempo oportuno, a fim de mudança de práticas e melhores resultados. Pela educação em saúde, serão incentivadas medidas para que a comunidade se aproprie de cuidados que fortaleçam as medidas preventivas para redução da sífilis congênita nos municípios selecionados. Indicadores de efetividade das ações desenvolvidas serão utilizados para avaliar os resultados alcançados, a partir da diminuição da incidência.