Apresentação: A pandemia da COVID-19 foi desafiadora para os trabalhadores de saúde Houve sofrimento mental, sobrecarga de trabalho, exposição prolongada ao risco de adoecer e muitos casos da doença. No entanto, as consequências persistem com condições pós-COVID. Cansaço, fraqueza, perda de paladar e olfato, depressão, ansiedade, névoas cerebrais, perda de memória, alterações respiratórias, cardiovasculares, e muitos outros, são sintomas citados na literatura que compõem quadros variados de condições crônicas, que se estendem por mais de três meses, em trabalhadores que tiveram COVID-19. Objetivo: Conhecer a frequência de condições pós-COVID em trabalhadores de saúde e as limitações para atividades diárias entre os que tiveram condições pós-COVID. Método do estudo: Foi realizado inquérito telefônico em município de médio porte do Paraná, no ano de 2023. Foram feitas pelo menos 3 ligações para todos os participantes. Além das ligações, os indivíduos foram convidados a participar do estudo por aplicativo de mensagem. Elaborou-se questionário próprio para a investigação, na plataforma Redcap®, considerando a literatura recente sobre o tema. Os dados foram descritos em números absolutos, percentuais, medidas de tendência central. Em análise de associação bivariada, verificou-se a relação entre as exposições e o desfecho condição pós-COVID-19. Todos os participantes foram devidamente esclarecidos sobre objetivos, riscos e benefícios, e concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este estudo é parte da pesquisa "Pandemia da COVID-19: respostas do Sistema Único de Saúde em município de médio porte e vigilância da COVID-Longa". Resultados: Participaram 165 trabalhadores de saúde, de ambos os sexos, que tiveram COVID-19 confirmada por RT-PCR nos anos de 2020 e 2021. As condições pós-COVID foram autorrelatadas por 120/165(72,73%) dos participantes. As limitações após a COVID-19 aguda foram sentidas por 93/162(57,41%) As três limitações de atividades diárias mais autorreferidas foram: caminhar longas distâncias (40,00%), praticar esportes(29,09), ficar em pé por mais de 10 minutos (29,09%), concentrar-se em uma atividade por mais de 10 minutos (28,40%), cuidar das atividades domésticas (23,64%). Considerações finais: As condições pós-COVID são de elevada frequência entre trabalhadores da saúde, causam impacto na vida diária de muitos deles, impedindo atividades cotidianas e o retorno oportuno ao serviço. Para essa população, que cuida de outros e precisa exercer as atividades com plena capacidade física e emocional, os sistemas de vigilância devem manter o monitoramento das sequelas de longo prazo da COVID-19 para oferta de rede de cuidado e reabilitação dos trabalhadores.