INTRODUÇÃO Humanizar significa tornar humano, é estar coerente com os valores de empatia e solidariedade, capacidade de se colocar no lugar do outro. No cenário atual, de prática médica generalista e padronizada, tornou-se urgente discutir sobre a saúde física e emocional da população, primordialmente frente à pandemia do COVID-19 que estabeleceu um socioemocional complexo. Com isso, um questionamento foi abordado no âmbito da saúde: o que a Medicina tem a nos oferecer para além da medicalização, exames e diagnósticos? Na busca de responder tal pergunta, a Liga de Humanidades (LAHUM) foi implantada na instituição, visando contribuir para a humanização do atendimento e sensibilização dos futuros médicos. OBJETIVO Promover atividades que contribuam para o desenvolvimento da sensibilidade e senso crítico dos estudantes. Estimular o olhar, escuta, a percepção sobre as pessoas para além das suas doenças. Apresentar atividades que ampliem os recursos dos estudantes ma realização da prática humanizada. Evidenciar a arte como ferramenta diagnóstica e terapêutica da medicina. RELATO DE EXPERIÊNCIA A Liga de Humanidades, formada em 2020, frente a pandemia do COVID-19, com o propósito de “pensar fora da caixa” no que se refere o cuidado médico atual, busca sensibilizar os alunos para uma maior humanização na Medicina. A “padronização” da medicina atual e as vulnerabilidades nas relações interpessoais, estimularam a busca por uma formação que contradiz esse cenário. Os debates são consolidados no paciente como foco do atendimento. Os estudantes que tornam-se ligantes da LAHUM participam de encontros online e presenciais com temas variados, como racismo, atenção à população trans, atendimento de pessoas com deficiência, arte e medicina, trabalho humanitário, entre outros. Muitos destes temas são trabalhados por pessoas envolvidas com as questões debatidas, valorizando seu protagonismo. São usadas dinâmicas de grupo, técnicas artísticas e narrativas. Desde 2021, a LAHUM possui como parceiro o projeto de extensão Receituário Poético, que oferece uma escuta ativa que considere as queixas psicoemocionais e físicas dos pacientes, nas unidades públicas de saúde. Após uma conversa, o estudante “receita” poesias e outras formas de arte, promotores do bem-estar. REFLEXÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA A oportunidade de ter um espaço para amplificar horizontes e trazer temas essenciais para estabelecer uma prática médica acolhedora, com o foco no cuidado, é de extrema relevância para conseguirmos interromper o ciclo de formação de médicos “robotizados”. Os ligantes relatam que a LAHUM é uma “válvula de escape” dentro da rotina de um curso com a carga horária extensa e cansativa. Embora tenha sido criada para apoiar os alunos, a LAHUM, “abriu um portal”, além de estabeler parcerias com disciplinas (Saúde Coletiva, Anatomia) e tem inserido debates sobre humanidades em eventos científicos da faculdade. CONCLUSÃO A vontade de transformação reuniu estudantes que buscam realizar uma Medicina mais acolhedora e respeitosa aos sentimentos que serão compartilhados pelos pacientes. Na busca para romper o ciclo atual, estimula-se o desejo de aprender acerca do valor da arte, na conexão com projetos, como o Receituário Poético, e debates sobre temas atuais, contribuindo para uma formação de futuros médicos mais humanizados.