A pandemia da COVID-19 trouxe à luz a essencialidade da liderança na enfermagem, destacando os enfermeiros como figuras-chave na linha de frente do enfrentamento da crise. Neste cenário desafiador, a comunicação eficaz emerge como uma competência fundamental para guiar equipes, coordenar esforços e garantir a continuidade e entrega de cuidados de saúde de qualidade. O objetivo deste estudo é explorar a importância da comunicação eficaz entre enfermeiros e técnicos de enfermagem para garantir a continuidade do cuidado.Trata-se de uma revisão de literatura, em que os pesquisadores empregaram o acesso institucional à Comunidade Acadêmica Federada (CAFe), disponível na plataforma Periódicos CAPES, por intermédio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para acessar as bases de dados. Os dados compilados foram extraídos do portal Periódicos CAPES. Os critérios de inclusão abarcaram artigos disponíveis gratuitamente e integralmente online, limitando-se aos últimos dois anos. Os descritores utilizados foram "Liderança", "Enfermagem" e "Comunicação", combinados através do operador booleano AND. A comunicação eficaz vai além da simples transmissão de informações; envolve a capacidade de ouvir com empatia e compreender as nuances da comunicação não verbal. Para os enfermeiros, ouvir atentamente os membros da equipe é tão crucial quanto transmitir orientações claras. Demonstrar sensibilidade para com os sinais emocionais e preocupações dos colegas estabelece conexões significativas, fortalecendo o vínculo. Estudos mostram que para que haja uma comunicação eficaz entre os enfermeiros e seus liderados, é importante, primeiramente, compreender os elementos que circundam a comunicação. Para isso, o psicólogo e pesquisador Mehrabian, pioneiro nas pesquisas de linguagem corporal na década de 50, conduziu um estudo que ficou conhecido como a “Teoria de Mehrabian”. Basicamente, a teoria aponta que apenas 7% da comunicação é representada pela linguagem verbal, os outros 38% correspondem ao tom de voz e demais sons e 55% à comunicação não verbal. Com isso, tem-se que a comunicação é composta não apenas pelas palavras faladas, mas também pelo tom de voz e expressões faciais. Na dinâmica hospitalar, onde o tempo é precioso e as informações fluem rapidamente, a capacidade de interpretar e responder aos sinais não verbais torna-se ainda mais crítica. Reconhecer um tom de voz triste ou uma expressão facial de aflição pode desencadear intervenções oportunas e apoio emocional, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e colaborativo. Assim como, a falta de sensibilidade a essa comunicação não verbal, pode tornar-se motivo de desentendimentos e confusões. Portanto, uma comunicação eficaz transcende a mera transmissão de informações, ela é enraizada na habilidade de ouvir com qualidade e empatia, cabendo aos enfermeiros comprometer-se a ouvir com atenção, e isso, não sinaliza apenas respeito pelos membros da equipe, mas também um desejo genuíno de compreender e apoiar os seus liderados. Por meio dessa postura, de escuta atenta, isso não apenas fortalece os laços entre líder e liderados, mas também promove um ambiente de trabalho mais inclusivo e solidário, sendo capaz de enfrentar os desafios do cuidado cotidiano no ambiente hospitalar de forma mais colaborativa, garantindo assim, a entrega de cuidados de saúde de qualidade.