A psicologia está em constante processo de aperfeiçoamento, especialmente porque muitas de suas abordagens teóricas têm suas raízes em contextos clínicos. Isso traz desafios significativos quando se trata da integração dessa área do conhecimento nas políticas públicas brasileiras, portanto torna-se necessário pensar em modelos de produção de cuidado que se adaptem as políticas públicas como a do Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo teórico tem como objetivo promover reflexões sobre as atitudes facilitadoras da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) propostas por Carl Rogers, relacionando-as com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e demonstrando suas afinidades teóricas com as diretrizes estabelecidas pelas políticas públicas de saúde no Brasil. A abordagem centrada na pessoa, desenvolvida por Carl Rogers, enfatiza a importância de criar um ambiente terapêutico que promova a autenticidade, empatia e aceitação incondicional por parte do terapeuta. Nessa perspectiva, o indivíduo é considerado o especialista de si mesmo, e o terapeuta atua como um facilitador do processo de autoconhecimento e crescimento pessoal. O SUS visa garantir o acesso universal, integral e equânime à saúde para todos os cidadãos brasileiros, promovendo ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação, com foco na melhoria da qualidade de vida e na redução das desigualdades em saúde. Como resultado deste estudo, observou-se que quando aplicada no contexto do SUS, as atitudes facilitadoras, da abordagem centrada na pessoa, podem representar uma mudança significativa na forma como os serviços de saúde são oferecidos à população. O SUS preconiza o acesso universal e integral à saúde, valorizando a participação social e a humanização do atendimento. Nesse sentido, a abordagem se alinha com os princípios do SUS ao colocar o paciente no centro do cuidado, promovendo uma relação terapêutica baseada na confiança, respeito e colaboração mútua. Ao adotar as atitudes facilitadoras, os profissionais de saúde do SUS podem criar um ambiente acolhedor e empático, onde os usuários se sintam confortáveis para expressar suas preocupações, compartilhar suas experiências e participar ativamente do processo de cuidado. Isso pode contribuir para uma maior adesão ao tratamento, melhoria da qualidade de vida, promoção do bem viver e do bem-estar emocional e psicológico da população atendida pelo sistema de saúde pública. Portanto, ao integrar as atitudes facilitadoras de Rogers aos serviços de saúde do SUS, é possível fortalecer os princípios de humanização, equidade e integralidade do sistema, proporcionando uma experiência de cuidado mais humanizada, respeitosa e acolhedora para todos os usuários.