Apresentação:A arteterapia pode propiciar ao indivíduo, o crescimento pessoal, desenvolvimento emocional e contato com seu mundo sensível, uma vez que a vivência artística colabora para o autoconhecimento e estimula a elaboração dos conteúdos internos. Os mediadores artísticos têm por finalidade a criação, expressão e comunicação e, através das diferentes formas expressivas, permitem às pessoas explorar seus sentimentos.
Desenvolvimento:Considerando que a saúde dos adolescentes tem sido alvo da saúde pública de nosso país, devido ao crescimento exponencial do sofrimento psíquico, que incluem sintomas de depressão, ansiedade, instabilidade emocional, dentre outros, cujas causas variam, desde os problemas familiares, sociais e outras associadas à própria fase de desenvolvimento, como o acesso exacerbado às ferramentas digitais. Em contrapartida, é identificada uma invisibilidade do adolescente em diferentes instâncias, tanto nos serviços quanto nas políticas, e permeando também as pesquisas, o que gera reflexão da inexistência de locais aos quais o adolescente contemporâneo sinta-se pertencente, promovendo uma marginalização desse público das instituições. Ademais, entendendo que para a APS, a arte-cultura representa um dos braços da dimensão sociocultural, tendo esta como uma ferramenta para reinvenções sociais, abertura a novas possibilidades de modos devida produção de subjetividade, o uso da arte-cultura pode contribuir como um dispositivo de educação, cultura, lazer e saúde, além de ser um instrumento de promoção humana na saúde mental. Portanto, estudos que explorem como essa relação se estabelece com o público adolescente ganha significativa importância para criação de oportunidades e estratégias de cuidado mais efetivas. Dessa forma, esse trabalho visa relatar a experiência do teatro como dispositivo terapêutico e promovedor de saúde para os adolescentes de uma unidade de Atenção Primária de Porto Alegre/RS. Trata-se de um relato de experiência desenvolvido com grupos de adolescentes nas unidades de saúde com o intento de propiciar espaços de encontros, de pertencimento, expressividade, em liberdade e que garantam a circulação e participação ativa no território, tanto dessa população quanto de seus familiares, garantindo cidadania.
Resultados:Foram construídas peças teatrais com temas diversos sobre saúde e apresentados para grupos de adolescentes vinculados a ESF de Porto Alegre/RS, com ações realizadas que visaram proporcionar um espaço de cultura e lazer, promovendo Educação em Saúde, ao tempo que auxiliam na saúde mental.
Considerações finais:Reconhecida como ocupação profissional, a abordagem arteterapêutica foi incluída à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) através da portaria nº 849/2017, todavia, ainda são incipientes a inserção dessas estratégias na APS com o público de adolescentes.
Sendo assim, esse relato apresentou a experiência da implementação de ações de arte-cultura através do teatro, considerando esses espaços estratégicos para a participação e expressão cultural dos adolescentes envolvidos, promovendo um resgate da cidadania, aumento de processos críticos, oportunidades, ampliação de acesso à educação em saúde e luta pela possibilidade de uma existência qualificada, fatores que conversam com proposta da atenção primária e da promoção em saúde mental, e que portanto, precisam ser expandidos nas práticas de saúde.
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