O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), instituído no país pela Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008, ampliou a abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica, tendo como objetivo principal a resolubilidade e o apoio à Estratégia de Saúde da Família no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é analisar a atuação dos psicólogos que integram as equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Utilizou-se a abordagem qualitativa de pesquisa, envolvendo a revisão de literatura em 15 artigos científicos obtidos da base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, seguindo os descritores: Política de Atenção à Saúde; Atenção Primária à Saúde; Saúde da Família; Psicologia e Diretrizes para o Planejamento em Saúde. Os resultados mostraram que o NASF é visto como um elemento impulsionador da consolidação dos cuidados primários de saúde e da promoção da saúde mental na Atenção Primária à Saúde no Brasil. Observou-se o desconhecimento acerca da diretriz de Educação Permanente em Saúde bem como a falta de formação prévia para a atuação no âmbito da Saúde da Família, aspectos esses que se relacionam diretamente. Apesar da Educação Permanente não substituir a falta de formação prévia, a mesma pode contribuir para a sua atenuação. No entanto, tal contribuição fica impossibilitada, em virtude do desconhecimento da diretriz de EPS. Outro aspecto importante evidenciado, foi a sensação de “não-lugar” mencionada por trabalhadores do NASF. Uma vez que o trabalho em saúde é singular e relacional, não é possível medir sua eficiência de maneira quantificativa. Entretanto é o que se espera a partir de uma lógica produtivista. Nota-se assim nos trabalhadores uma sensação de ineficiência que pode estar intrinsecamente relacionada à sensação de não-lugar. Outro aspecto importante evidenciado pelos profissionais de Psicologia que atuam no âmbito da Atenção Básica, foi a importância de um olhar voltado para o território e as dificuldades inerentes a esse processo. Nesse sentido, a atuação da psicologia no NASF não deve estar limitada ao conhecimento específico da área e deve ser constantemente negociada com as particularidades de cada território no qual a comunidade e, consequentemente, os profissionais estão inseridos. Assim, é essencial que o trabalho do psicólogo vise fortalecer a autonomia dos usuários e a capacidade de tomarem decisões, tanto a nível individual quanto coletivo. Desse modo, o SUS ao adotar o princípio da integralidade, promove a inclusão de novos profissionais nas equipes de saúde, possibilitando uma abordagem intersetorial e territorial. Ficou evidente que a atuação interdisciplinar e com o olhar voltado ao território, especialmente no nível da Atenção Básica, é essencial para oferecer cuidados abrangentes. A atuação do psicólogo é destacada por proporcionar uma compreensão contextualizada e completa do indivíduo, das famílias e da comunidade.