A Constituição Federal de 1988 abarcou noções que trouxeram novos horizontes para o percurso de redemocratização, fundamentando a saúde, enquanto direito do povo e dever do Estado. Desde sua gênese, o Sistema Único de Saúde (SUS), vive e bebe de lutas populares para que sua garantia fosse implementada e, ao analisar o seu percurso histórico, depara-se com movimentos populares que estavam na linha de frente para que o mesmo se tornasse da/para a população. Neste caminho, o Movimento pela Reforma Sanitária emergiu para ampliar os espaços de discussões através das Conferências Nacionais de Saúde que reúnem profissionais, pesquisadores, autoridades governamentais e representantes da sociedade civil para discutir questões relacionadas à saúde pública, políticas de saúde, avanços científicos, desafios e soluções para melhorar o sistema de saúde e promover o bem-estar da população. Tomando tais eventos participativos e populares, o intuito é dissertar sobre a experiência vivida enquanto Assistente Social e Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da Fundação Oswaldo Cruz – Brasília, nas Conferências Regionais e na 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), realizadas em 2023. A participação em tais eventos demonstraram o comprometimento em relação a um dos fundamentos basilares para efetivação do SUS, o controle social, além da atuação ativa de se apropriar enquanto usuário e trabalhador da saúde. Como resultado do processo de trabalho e construção coletiva em que se propôs a 17ª CNS, além das aprovações de diretrizes e direcionamentos para a saúde pública do país, foi possível identificar a relevância e aprendizado em que estabelece a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS), identificando seus desafios e obstáculos, além de enfatizar a importância do senso crítico na formação profissional, de modo que o processo de democratização do Estado e das reais necessidades da população seja fortalecida, não somente no sistema de saúde, mas em todas as políticas públicas e sociais.
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