O contemporâneo parece ser o tempo da digitalização da vida impulsionado pela expansão tecnológica digital e das redes de internet. Essas céleres mudanças estão promovendo uma transformação considerável na forma como interagimos, nos comunicamos e acessamos informações, inclusive no campo da saúde. Neste contexto este estudo aborda os avanços e desafios da implementação da Telemedicina e da Saúde Digital no Brasil no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) que foi grandemente fomentada pela pandemia de Covid-19 e vêm ganhando cada vez mais destaque, especialmente devido à sua capacidade de superar barreiras geográficas e reduzir custos. Nosso objetivo é investigar como a Telemedicina e a Saúde Digital estão sendo implementadas no contexto brasileiro para melhorar o acesso, a qualidade e a eficiência dos serviços de saúde, além de explorar as perspectivas futuras dessas inovações e seus desafios. Esta pesquisa percorre um caminho teórico inspirado no método genealógico de Michel Foucault. No eixo metodológico, realizamos uma revisão de literatura destacando os principais conceitos, tecnologias e modelos de implementação. Para realizar esta revisão de literatura foram consultadas bases de dados acadêmicas, como PubMed, Scopus e Web of Science, utilizando os descritores "telemedicine", "digital health" e "Brazil". Foram incluídos estudos que abordavam especificamente a temática, incluindo artigos provenientes de pesquisas de mestrado e doutorado, revisões de literatura, estudos de caso e relatos de experiência. O material empírico foi analisado na perspectiva dos Estudos Foucaultianos e, a partir dos dados produzidos, foi gerado o corpus desta pesquisa. Os resultados preliminares sugerem que a implementação da Telemedicina e da Saúde Digital no Brasil oferece oportunidades como ampliação do acesso aos serviços de saúde, superação de barreiras geográficas em um país de dimensão continental proporcionando o alcance e a conexão das regiões mais distantes, agilidade nos fluxos de trabalho, diminuição das filas de espera, aumento dos atendimentos na atenção primária, democratização dos dados e facilitação das decisões médicas a baixo custo. Dentre os desafios ainda postos, destacamos que o processo não está totalmente consolidado e enfrenta ameaças como diagnósticos incorretos, fragilidade na proteção de dados confidenciais e informações privadas, falta de experiência dos profissionais para atuarem com o digital, baixa qualidade do sinal de internet em algumas regiões e problemas de gerenciamento das plataformas. Conclui-se que a implementação da Telemedicina e da Saúde Digital no Brasil promoveu melhoria no acesso, na qualidade e na eficiência dos serviços de saúde, gerando transformações potentes no contexto da saúde no Brasil, do mesmo modo que pontuamos os desafios a serem superados para maximizar os benefícios. Também apontamos que é fundamental que as ações que estão com bom andamento sejam multiplicadas nos territórios e que sejam realizados investimentos em infraestrutura de tecnologia da informação, políticas públicas para apoiar a expansão dessas tecnologias e formação e educação permanente dos trabalhadores para o melhor manejo das tecnologias digitais, a fim de garantir que todas as regiões do país possam se beneficiar dessas inovações com igualdade.