Introdução: Considerando a inserção profissional do assistente social no trabalho com o público infanto-juvenil na saúde, que objetivamos nesta escrita descrever os desafios de construir um cuidado, que leva em consideração a singularidade do processo de internação hospitalar, e a necessidade de crianças e adolescentes que como corpo da escola, demandam a continuidade aos estudos durante o tratamento em saúde. Para isso, a construção de ações que protejam e garantam tais políticas, envolvem outros sujeitos além dos Assistentes Sociais, compondo a implementação destas atividades. Assim, atendendo as legislações que preconizam classes-hospitalares nos espaços de saúde, articulamos diálogos intra e intersetorialmente, sobretudo com a equipe multiprofissional. Desenvolvimento e Resultados: Aliamos a organização hospitalar a pressupostos teóricos que permitiram pensar uma nova concepção educacional, que considere a complexidade do sujeito em hospitalização, partindo da valorização da sua condição humana e da superação de processos disjuntivos que caracterizam o tratamento da criança e/ou adolescente hospitalizado. Como resultado, refletimos a importância da articulação ao sistema escolar e dos outros órgãos do Sistema de Garantias de Direitos da Criança e do Adolescente - SGDCA, com o intuito de viabilizar ao educando acesso à formação regular durante seu internamento. Para tal, este trabalho descreve um relato da experiência de assistentes sociais atuantes no espaço sócio-ocupacional da saúde e suas articulações realizadas no território. O processo de trabalho do Serviço Social, enquanto meio para efetivação e garantia de direitos, atravessa variadas demandas na assistência aos usuários em internações hospitalares, de tal modo, pensar direitos de crianças e adolescentes, dada questões históricas que atravessam o reconhecimento destes como cidadãos, precisa de fortalecimento sociopolítico para que o fio do direito não se parta, fragilizando políticas tão recentemente promulgadas. No entanto, ao se falar em internação pediátrica, outros diálogos intersetoriais demandam elaboração, e aqui se traz a relevância da garantia de continuidade do acesso à educação, uma vez que compreendemos que o acesso a um direito não resulta - necessariamente - na perda de outros. Assim, o direito à saúde é atravessado por outros direitos fundamentais, como o direito à educação. Na vivência do cotidiano profissional essa articulação se dá em sinergia, a partir de quatro níveis: a equipe de saúde do hospital, a Secretaria de Educação, a escola de origem e referência do/a estudante, e sua rede de apoio. De modo que, se efetive, nesta articulação, o resgate das condições de saúde do usuário, e por meio de uma proposta a ser cumprida de grade curricular, a continuidade do processo de aprendizagem deste sujeito. Conclusão: Fica perceptível que através desta articulação é facilitada a continuidade dos vínculos com o território e comunidade, diminuindo os efeitos desfavoráveis da hospitalização no cotidiano da infância e juventude. Portanto, é possível concluir que se faz necessário o fortalecimento da Política de Educação em um trabalho intersetorial com a Política de Saúde, de forma a seguir desempenhando direitos que assistem à criança e o adolescente em estado de hospitalização.