O fato de a agricultura familiar associar família, produção-trabalho tem consequências fundamentais para a forma como ela age econômica e socialmente. Nela as questões de gênero, são ainda mais evidentes e naturalizadas no viver de muitas famílias, refletindo na invisibilidade e na desvalorização de mulheres trabalhadoras. Além disso, resultam em padrões desiguais e muitas vezes, até injustos quanto a exposição a riscos para a saúde e no acesso ao serviço de saúde. Diante dessa problemática questiona-se: “Como ocorrem as relações de gênero, trabalho e saúde no cotidiano de mulheres agricultoras familiares?” Visando responder este questionamento, está sendo desenvolvido o projeto de pesquisa intitulado: Gênero, trabalho e saúde no cotidiano de mulheres agriculturas familiares, vinculado ao Programa de Pós Graduação em Saúde e Ruralidade da Universidade Federal de Santa Maria-UFSM campus Palmeiras das Missões, o qual descreve-se nesse trabalho. A pesquisa do tipo qualitativa, descritiva e exploratória, tem como objetivo conhecer como ocorrem as relações de gênero, trabalho e saúde no cotidiano de mulheres agricultoras familiares. Participaram deste estudo 35 mulheres agricultoras familiares, com idade superior a 18 anos, residentes no meio rural do município de Barra Funda e que são assistidas da Emater/RS-Ascar. Para obtenção dos dados, utilizou-se o método de entrevista individual semiestruturada, realizada nas residências das mulheres, no período de março a abril de 2024. O material empírico foi gravado em MP3 e transcrito em programa Microsoft Word. A pesquisa encontra-se na fase de análise de dados pela técnica proposta por Minayo. O estudo segue os princípios éticos em pesquisa com seres humanos, que são preconizados pela resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM e recebeu o número do CAAE 76518423.5.0000.5346. Por meio desta pesquisa busca-se compreender como questões relativas ao gênero se manifestam no cotidiano de vida e de saúde das participantes e a partir disso, constituir lacunas para novos estudos e para o desenvolvimento de projetos de extensão, que abordem a temática tanto com mulheres residentes no meio rural, como para profissionais que atuam diretamente com esse público, nas mais diversas áreas.